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Vazio, mas nem sempre – Marcelo Etiene

Vazio, mas nem sempre

RogérioMachado

Sempre que conhecemos uma pessoa, até mesmo por educação, lhe estendemos a mão e ao nos apresentarmos, perguntamos como a pessoa vai.

Mas quem nunca recebeu de volta, ao invés do cumprimento, uma resposta negativa, do tipo “não vou muito bem não…”?

Daí, de surpresa, entendemos que o cumprimento na verdade não é um ato vazio e que sim, pergunta de fato a condição do outro.

Nem sempre há o sincero gesto de se importar com a condição alheia — na verdade, quase nunca há. Fazemos por imitação, praxe.

E todos os dias alguém está esperando por essa pergunta de forma sincera.

Às vezes o gesto é vazio, mas nem sempre.

Não se deveria perguntar por perguntar.

Deveria a educação limitá-lo a estender a mão então?

A mesma educação que nos força a agradecer meramente qualquer tipo de gesto, como se isso fosse compulsório?

Quanto mais mecânico você é, menos da vida aproveita.

Menos usufruirá da gentileza e menos estenderá a sua felicidade.

Perguntar é parte da educação, mas saber ouvir é parte da gentileza.

Boa quinta.

MarceloEtiene