Presidente da empresa disse que prazo para executar as ações é de no mínimo um ano e no máximo 3 anos
Após reunião com os ministros de Minas e energia, Bento Albuquerque, e do Meio Ambiente, Ricardos Salles, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, anunciou hoje que a empresa vai acabar com dez barragens, como a que se rompeu em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte (MG). Segundo ele, essas barragens serão descomissionadas – preparadas para que sejam integradas à natureza..
“A decisão da companhia é que não podemos mais conviver com esse tipo de barragem. Tomamos com a decisão de acabar com todas as barragens a montante”, disse o executivo em Brasília. “É a resposta cabal e à altura da enorme tragédia que tivemos em Brumadinho”, enfatiza.
Schvartsman disse que “não teve qualquer tipo de pressão” por parte do governo federal para intervir na direção da Vale. De acordo com ele, a reunião de hoje com os ministros Costa e Lima e Salles teve caráter “absolutamente técnico”.
Custo
A medida deve custar cerca de R$ 5 bilhões à mineradora. Schvartsman lembrou ainda que a decisão é parte de uma análise feita após a tragédia de Mariana. Na ocasião, um laudo paralisou e tornou inativas 19 barragens, das quais nove já haviam sido devolvidas ao meio ambiente.
Apesar da decisão, Schvartsman garante que laudos de estabilidade e auditorias atestaram que as estruturas estão “em perfeita estabilidade”. “Resolvemos não aceitar apenas esses laudos e resolver de outra maneira”, observa.
A barragem de Brumadinho, no entanto, não aparecia no laudo de 2015. Segundo um parecer emitido em 2018 por um órgão ligado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais, a Vale pretendia manter a exploração da unidade que rompeu pelo menos até 2032.