Novo encontro foi marcado na reunião desta quinta-feira
O acordo envolveria também um cessar-fogo durante as operações de retirada da população, mas esse ponto voltará a ser discutido num terceiro encontro entre os dois países.
A reunião ocorreu em Belovezhskaya Pushcha, na região de Brest, em Belarus e perto da fronteira com a Polônia.
“A segunda rodada de negociações acabou. Infelizmente, a Ucrânia ainda não tem os resultados de que precisa. Há apenas decisões sobre a organização de corredores humanitários”, disse o assessor presidencial ucraniano, Mikhailo Podolyak, no Twitter.
“A única coisa que posso dizer é que discutimos em detalhe os aspectos humanitários, pois muitas cidades estão atualmente cercadas” pelas forças russas e há uma “situação dramática de alimentos, remédios e possibilidades de evacuação”.
Segundo Podolyak, Moscou e Kiev estabelecerão “corredores humanitários para a evacuação da população civil, assim como para a entrega de medicamentos e alimentos às áreas onde os combates são mais violentos”. Isso inclui “a possibilidade de um cessar-fogo temporário durante o período de evacuação”.
Por sua vez, o chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky, assinalou que as conversas se concentraram em temas humanitários, militares e na “futura solução política do conflito”.
Existe um “entendimento mútuo” sobre “certos pontos”, disse o representante russo, que acrescentou que “o tema principal resolvido hoje diz respeito ao resgate de civis que se encontravam na zona de conflito”. “Acredito que isso é um progresso significativo”, opinou Medinsky.
O assessor da Presidência da Ucrânia Mikhail Podoliak afirmou que o encontro com os negociadores russos nesta quinta-feira terminou sem grandes avanços sobre o fim da guerra, mas os dois lados concordaram com a criação de corredores humanitários para retirar civis das áreas atingidas pelos conflitos. A reunião ocorreu em Belovezhskaya Pushcha, na região de Brest, em Belarus e perto da fronteira com a Polônia.
A Rússia exige “desmilitarização e desnazificação” da Ucrânia, assim como o reconhecimento da soberania russa sobre a península da Crimeia, anexada em 2014, e da independência das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk, assim como o status neutro ucraniano em relação à Otan.
Nesta quinta-feira, mais cedo, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky disse que queria negociar diretamente com seu colega russo, Vladimir Putin, dizendo que é “a única maneira de parar a guerra” entre a Rússia e a Ucrânia. Ele se declarou “aberto” e “disposto a abordar todos os problemas” com Putin.
Correio do Povo