Testemunha reconheceu faca usada por suspeito para matar estudante

 A polícia conseguiu chegar até o suspeito de esfaquear e matar a estudante universitária Dóris Terra, 21 anos, por meio de uma testemunha que reconheceu a faca utilizada no crime. 

O objeto era de sua propriedade e desapareceu de sua casa, que era frequentada pelo homem apontado por matar a jovem. Ele foi identificado como Luis Paulo da Silva Nunes, 31 anos.

A jovem foi encontrada morta em São Francisco de Paula, na Serra do Rio Grande do Sul, no último domingo (20). Já seu carro foi localizado a mais de 100 quilômetros de distância em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Além do relato da testemunha, o delegado Marco Guns, titular da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos de Canoas, Marco Guns, destaca a análise de mais de 100 horas de filmagens, de câmeras de vigilância do percurso de São Francisco de Paula até Canoas, para ajudar na identificação do suspeito. No caminho entre as duas cidades, a polícia acredita que Nunes tenha utilizado a BR-448, a Rodovia do Parque, que não possui aparelhos de monitoramento.

Ele provavelmente veio pela BR-448, onde infelizmente não há câmeras nessa rodovia. Ali há uma série de acessos à Canoas um deles é pelo bairro Rio Branco (onde o carro de Dóris foi encontrado). Então ele estacionou o carro na Rua Boa Saúde”, observa Guns. O delegado explica que as imagens mostram o automóvel chegando no local.

“Conseguimos definir que o carro é de fato o carro da vitima, uma vez que temos informações de que se tratava de um suspeito específico. Foi nos trazido as imagens de um homem que o inquérito apontou e comparou. Confiramos que as imagens eram compatíveis e as roupas eram iguais”, explica Guns.

As gravações mostram que o homem caminha até a Estação Niteroi, do Trensurb, por cerca de 60 metros. “Ele caminha por um minuto, acessa a estação, por volta das 17h32. Temos imagens dele caminhando na passarela no bairro onde ele nasceu e onde tem familiares.” Ao comparar as informações, a polícia conseguiu definir que a morte da estudante ocorreu entre 15h e 16h de domingo.

Após ir em brechó e a farmácia, jovem não foi mais vista
Durante uma coletiva de imprensa, realizada no Palácio da Polícia, na tarde desta terça-feira (22), a delegada Fernanda Aranha, responsável pelo caso, frisou que trabalhava inicialmente com a hipótese de um “eventual sequestro”, mas as investigações tomaram outro rumo após o corpo de Dóris ter sido localizado por volta das 23 horas de domingo. A partir de então, as possíveis causas da morte ficaram entre motivo passional ou patrimonial.

Durante as investigações, a polícia conseguiu traçar a trajetória da vítima. Da casa de seus familiares, Dóris foi entregar roupas num brechó, o que acabou sendo confirmado. Em seguida, foi até uma farmácia, o que também ficou comprovado por imagens de câmeras. “Ela comentou com a família que foi comprar remédio para aftas e depois teria ido a um mercado ao lado da farmácia. Depois não foi mais vista”, explica a delegada.

Fernanda destaca que estava “convicta” em relação ao possível autor do crime. E, no início da noite de segunda-feira (21), pediu a representação pela prisão temporária do homem, o que foi analisado e deferido pelo Judiciário. Em seguida, começaram as buscas por Luis Paulo da Silva Nunes. “Temos policiais tentado encontrá-lo neste momento.”

Enterro de jovem é marcado por comoção

O enterro de Dóris Terra ocorreu no final da tarde desta segunda-feira (21) no cemitério municipal de São Francisco de Paula. 

O velório iniciou no começo da tarde de segunda (21) na Igreja Matriz, no centro da cidade gaúcha. Amigos, parentes e familiares acompanharam a cerimônia. O pai estava inconsolável.