Governo concordou com flexibilizações em cinco pontos do texto
Ao longo do feriado de Páscoa, técnicos se debruçaram sobre o texto para acertar detalhes e calcular os impactos sobre a economia que havia sido estimada inicialmente | Foto: Marcos Corrêa/PR
Às vésperas da apresentação do relatório da reforma da Previdência, o presidente Michel Temer recebeu no domingo à noite, no Palácio da Alvorada, ministros, técnicos do governo e líderes da base aliada para discutir as mudanças estudadas pelo relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA). O governo já concordou com flexibilizações em cinco pontos da reforma, mas a equipe econômica garante que a “espinha dorsal” da proposta será mantida.
Ao longo do feriado de Páscoa, técnicos se debruçaram sobre o texto proposto pelo relator para acertar detalhes e calcular os impactos sobre a economia que havia sido estimada inicialmente. Desde o início da semana, técnicos e ministros do governo Temer vinham se reunindo diariamente para discutir as mudanças nos pontos anunciados: regra de transição, aposentadoria rural, Benefício de Prestação Continuada (BPC), pensões e aposentadorias especiais de professores e policiais.
Ao chegar à reunião no Alvorada, o presidente da comissão especial da reforma na Câmara, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), afirmou que já há uma série de “conceitos estabelecidos”, mas ainda restam dúvidas sobre pontos específicos. “Só saberemos isso no relatório”, disse.
A leitura do parecer do relator na comissão especial está prevista para a terça-feira, mas a votação do texto no colegiado deve ocorrer apenas na semana seguinte, já que os deputados devem pedir mais tempo para analisar o relatório. Marun negou que a divulgação da lista de políticos alvos de inquérito após a delação da Odebrecht vá afetar a votação e disse que a determinação é “manter a velocidade” que já vinha sendo adotada nos trabalhos da comissão.
Antes da apresentação do texto na terça, Temer deve oferecer um café da manhã para que os líderes da base conheçam o relatório. A expectativa é que o trabalho dos técnicos continue hoje para fechar o texto a tempo. Como informou o Estadão, Temer admite até cortar cargos e retirar ministérios de partidos que se mostrarem intransigentes no apoio da reforma. O Planalto está mapeando votos e checando resistências.
Placar
Pelo Placar da Previdência, elaborado pelo Grupo Estado, 275 declararam votos contrários à reforma enquanto 101 se mostraram favoráveis, desde que haja mudanças no texto.
Presentes
Além de Oliveira Maia e Marun, a reunião contou com a presença do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, do secretário de Previdência, Marcelo Caetano, do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, do ministro da Secretaria-Geral da presidência, Moreira Franco, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE) e do líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).