Ministro Alexandre de Moraes também manteve interrogatório do governador afastado para a próxima quinta-feira
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido do governador afastado Wilson Witzel (PSC) para suspender a tramitação do processo de impeachment, que foi retomado pelo Tribunal Especial Misto neste mês. A decisão mantém o interrogatório de Witzel, marcado para a próxima quinta.
Moraes, no entanto, frisou que os documentos mantidos sob sigilo por Gonçalves dizem respeito somente a fatos que não envolvem Witzel diretamente.
“Observe-se, ainda, que em recente decisão do Min. Benedito Gonçalves, afirmou-se o pleno acesso do reclamante aos termos da delação feita pela testemunha Edmar Santos, além de levantamento integral do sigilo por conta do recebimento da denúncia e o acesso
aos anexos de interesse ao governador Wilson José Witzel, restringindo-se o acesso apenas quanto a anexos e trechos de delações que não diziam respeito aos fatos contra ele apurados”, apontou. “Ou seja, amplo acesso às provas que possam incriminar ou interessar ao Reclamando, preservando o sigilo de outras delações que, embora produzidas nos mesmos autos, não dizem respeito aos fatos investigados contra a pessoa do Reclamante”.
Segundo Moraes, a decisão de Benedito traduz “tutela legítima do sigilo dos delatores” em relação a fatos e pessoas que não interessam aos fatos imputados a Witzel. “A existência de outras denúncias, contra outras pessoas ou mesmo contra o Reclamante, mas com objeto distinto, não é fator impeditivo à continuidade do processo de impeachment, ausente comprovação de circunstância fática que comprometa o novo depoimento”, frisou o ministro.