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“Sinto-me culpada, ingrata talvez.. Por Flavio Siqueira

“Sinto-me culpada, ingrata talvez, por às vezes não querer existir. Uma vontade de parar tudo e voltar pra um lugar que não sei onde é… voltar pra onde vim ou simplesmente deixar de ser… se é que isso é possível. Você também não se sente cansado de vez em quando?”
Sim, muitas vezes. Então me lembro de que a existência é mental. A mente existe, cansa, deixa de existir.
Não creio que essa seja toda história. Acho que nós “somos” e não simplesmente “existimos”.
Ser vida é uma condição e não necessariamente uma existência, pois tudo o que existe um dia deixará de existir. O que existe é o ego, mas o ego não é.
Com frequência nos cansamos da mente, nos cansamos dos pensamentos, cansamos de sustentar a persona que nem sempre se encaixa com nosso íntimo, sentimos saudade de casa, a casa que somos.
Lembre-se: O que cansa de existir é sua mente. São seus pensamentos é a crença que alimenta a seu respeito que tantas vezes entre em conflitos.
A boa notícia é que você não se limita ao personagem, você é, e isso está além de nossas compreensões mentais. A mente se cansa, é natural, mas não acredite nos pensamentos, nem fique neles. Lembre-se de quem é e o descanso virá com naturalidade.
A consciência que se renova como uma noite de sono depois de um dia atribulado.
Um banho depois de praticar exercício.
Um abraço na noite em que estamos sozinhos.
Flavio Siqueira