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Servidores preparam grande greve para o dia 18

          Representantes de sindicatos saíram insatisfeitos de reunião no Palácio Piratini

                                                    Foto: Samuel Maciel
Os servidores públicos estaduais preparam uma grande greve para o próximo dia 18. Nesta segunda-feira, representantes de sindicatos saíram da reunião com o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, insatisfeitos após uma manhã de manifestações e paralisações. A categoria quer que os pagamentos do funcionalismo estadual sejam feitos na integralidade. 

Nesta terça-feira começam as plenárias de várias categorias pelo interior em Pelotas. Quarta haverá reuniões em Santa Maria. Na quinta-feira, em Santana do Livramento. Ainda devem ocorrer encontros em Caxias do Sul, Passo Fundo e Ijuí na semana que vem. Os trabalhadores atribuem a crise do governo às renúncias ficais e à sonegação de empresários.
“O diálogo é fundamental, mas queremos os nossos vencimentos”, afirmou o presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos do RS (Fessergs), Sérgio Arnoud. Conforme ele, a situação tende a se agravar. “O descontentamento vai crescer e, nos próximos dias, o confronto vai ser maior diante do quadro de miserabilidade que estamos vivendo.”
Conforme o presidente da Associação dos Monitores e Agentes Penitenciários do RGS (Amapergs), Flávio Berneira, a população está em risco. Em função do descontentamento, ele avalia que talvez não seja possível manter o mínimo de servidores nos serviços essenciais. “A sociedade está vivendo um apagão dos serviços públicos”, disse.
A percepção dos representantes dos sindicatos é de que “dias piores virão”. A presidente do Cpers, Elenir Schurer, declarou que a crise pode ser superada, mas, segundo ela, o caminho não é atrasando, ou parcelando salários.  
Polícia
A Brigada Militar (BM) e Polícia Civil aderiram a paralisação nesta manhã. Os servidores da Polícia Civil se reuniram em frente ao Palácio da Polícia e reduziram os atendimentos a apenas flagrantes e crimes graves, como homicídios, estupro, Lei Maria da Penha e crimes envolvendo crianças e adolescentes. Também ficou suspenso o cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão, operações policiais, serviços de cartório, entrega de intimações, oitivas e remessas de inquéritos à Justiça. Alguns policiais também foram visto em frente a Companhia Carris Porto-alegrense (Carris), na rua Albion, prestando apoio à paralisação do transporte público. 
Em nota, a BM garantiu a presença de policiais militares nas ruas do Estado. Quanto às viaturas, ficou determinado que só sairiam caso estiverem com a situação regularizada. Familiares dos policiais do 9º BPM, em Porto Alegre, fizeram manifestação. Eles chegaram a fazem piada com polêmica que envolveu o comando, gritando: “Sartori disse: em caso de perigo, liguem para o Batman, Super Homem ou Mulher-Maravilha”. 
Transporte
Os servidores da Carris decidiu em assembleia, nas primeiras horas da manhã, por não sair com os veículos da garagem. A empresa, no entanto, entrou na Justiça do Trabalho com pedido de interdito proibitório para assegurar a desobstrução e garantir a saída dos veículos. A Justiça concedeu, acrescentando ainda uma multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento e autorizou o uso de força policial. A direção da Carris anunciou também que será cortado o ponto dos funcionários que não se apresentaram para trabalhar hoje.
Escolas
As aulas foram suspensas nesta segunda-feira nas principais escolas públicas de Porto Alegre. Embora parte dos educadores esteja trabalhando, a maioria dos estudantes não foram assistir às aulas. Algumas direções recebem os estudantes, enquanto em outros locais a orientação foi voltar para casa. A presidente do sindicato dos professores (Cpers) , Elenir Schurer, reclamou do atrasado no pagamento. “Nós, educadores, estamos abalados porque o Banrisul descontou os empréstimos sem se preocupar se temos um patrão caloteiro”, disse. 
Bancos
No Centro de Porto Alegre, as agências do Banco do Brasil e Santander foram os únicos que não abriram as portas durante a manhã. A agências central do Banrisul, na praça da Alfândega, funcionou normalmente, com aparente reforço de segurança privada. 
Em nota, o SindBancários Porto Alegre afirmou que bancos descumpriram liminar judicial obtida pelo sindicato e a Fetrafi/RS, que impede a abertura de agências em razão da falta de policiamento ostensivo.
Região Metropolitana
Em Esteio, região Metropolitana de Porto Alegre, amigos, familiares e adeptos trancaram o portão do 34º Batalhão de Polícia Militar (BPM). Pela manhã, somente policiamento a pé foi autorizado e nenhuma viatura patrulhou a cidade. Em Novo Hamburgo apenas três viaturas foram às ruas e em São Leopoldo nenhuma. 

Fonte Correio do Povo