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Senadores gaúchos defendem novas eleições e falam sobre impeachment

Senado vai analisar abertura do processo de afastamento de Dilma após aprovação na Câmara

Ana Amélia, Paim e Lasier são a favor de novas eleições | Foto: Geraldo Magela / Senado / Divulgação / CP
Após a aprovação da instauração do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, a decisão sobre o afastamento da presidente foi para o Senado. Antes do começo da discussão na Casa, os três senadores gaúchos comentaram o processo. Aná Amélia Lemos (PP), Lasier Martins (PDT) e Paulo Paim (PT) se mostraram a favor da convocação de novas eleições.
Apesar da posição do PDT de defender o governo Dilma Rousseff, o senador Lasier Martin confirmou que vai contrariar o partido e votar a favor do afastamento da presidente. Embora considere a possibilidade difícil, ele disse que o correto é o chamamento de novas eleições. Para Lasier, Dilma e Temer deveriam renunciar aos seus cargos.
“Sou inteiramente a favor (de novas eleições) embora descrente que isso seja possível. Isso só acontecerá se houver as renúncias de Dilma e Temer. Isso seria o desejável, o ideal. O Temer não é nenhuma Brastemp, para usar um ditado popular. Seria bom se o eleitorado brasileiro pudesse voltar às urnas e escolher uma nova presidência do país para recuperar a economia e a política tão desacreditada. Precisamos fazer um novo país, uma nova política. Só não sei se isso será possível. É difícil, mas, se vier a oportunidade, lutarei muito por isso”, declarou Lasier em entrevista ao programa Esfera Pública da Rádio Guaíba.
O senador Paulo Paim (PT) diz ainda ter esperanças de que o governo possa reverter no Senado a decisão da Câmara dos Deputados sobre a admissibilidade da abertura do processo de impeachment. Se o afastamento ocorrer, no entanto, ele defende que Temer não tem apoio popular para assumir a presidência. Em razão disso, Paim é favorável a novas eleições em outubro, quando os brasileiros irão às urnas para escolher prefeitos e vereadores.
“Querem assumir o cargo de presidente? Disputem! É tão bonito o processo eleitoral. Vamos para o voto. Se perguntarem para mim: ‘Paim, em nome dessa tua ideia de diretas, para combater tudo, impunidade, corrupção, passar o Brasil a limpo e um novo momento, tu abre mão do teu mandato?’ Eu abro mão do meu mandato. Mas eu queria tanto que nós tivéssemos um novo presidente e um vice respaldados pelo voto popular”, disse em discurso no Senado.
A favor de novas eleições para a presidência da República, Ana Amélia, no entanto, diz que é preciso avaliar se não seria mais coerente realizar eleições gerais que incluíssem a votação para deputados e senadores. “Essa ideia é simpática politicamente, mas do ponto de vista prático vai ter uma dificuldade: essa eleição, para ter coerência, terá que ser de todos, Congresso e presidente da República. Acho difícil viabilizar. De qualquer maneira isso, será provocado pelo STF. Se for constitucional, sou favorável a essa eleição para presidente da República”, disse à Rádio Guaíba a progressista, que defendeu uma análise técnica dos senadores na apreciação do impeachment de Dilma.
“Nenhum senador deve tomar parte neste momento. Todo mundo sabe em que lado cada um está, mas, sem defender a hipocrisia, não é o momento de manifestações sobre isso. O Senado é uma casa política e será também um julgamento político. Também político, mas não pode deixar de ser técnico ao avaliar as denúncias contra a presidente”, afirmou.
Correio do Povo