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Senado, ministros e partidos antecipam pronunciamentos sobre lista de Janot

Ao menos cinco ministros, seis senadores e um deputado estariam nos inquéritos

 Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP

A presidência do Senado se antecipou a uma possível quebra do sigilo das delações premiadas dos executivos da Odebrecht e divulgou nota, nesta terça-feira, sobre o pedido de abertura de 83 inquéritos para apurar fatos envolvendo pessoas com foro privilegiado, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria Geral da República (PGR). O mesmo movimento foi seguido por diversos partidos políticos e autoridades.

A partir da chegada da “lista de Janot” ao Supremo, sites de notícias passaram a divulgar informações obtidas sobre o teor dos documentos, que ainda estão sob sigilo, junto a fontes ligadas ao caso. De acordo com o resultado dessas apurações, estão na lista ao menos cinco ministros, seis senadores, um deputado e ex-integrantes dos governos Lula e Dilma, inclusive os dois ex-presidentes.

Apesar de os nomes dos políticos citados pelos delatores ainda não terem sido divulgados, a nota do Senado adiantou que alguns de seus membros estão entre eles. “O Senado Federal recebe com absoluta serenidade e confiança na Justiça o envio ao Supremo Tribunal Federal dos pedidos de investigação relacionados a alguns de seus integrantes”, afirma o texto, assinado pela assessoria de imprensa da Casa.

A nota prossegue afirmando que “pedidos de investigação não convertem investigados em réus e nem são sentenças proferidas”, e pede respeito ao amplo direito de defesa como pedra basilar do Estado Democrático de Direito. “O Judiciário terá instrumentos de apuração, maturidade e firmeza para distinguir mentiras ou versões alternativas e a verdade dos fatos”, conclui a nota.

Partidos

Alguns partidos também decidiram se manifestar previamente sobre acusações que poderão vir a público envolvendo seus filiados, caso o STF atenda ao pedido da PGR para a quebra do sigilo. O PMDB informou, em breve mensagem aos jornalistas, que “apoia as investigações da Lava Jato e reafirma a necessidade de se esclarecer a verdade dos fatos”.

O PSDB também divulgou nota em que diz que “sempre defendeu a realização de investigações, pois considera que esse é o melhor caminho para esclarecer eventuais acusações e diferenciar os inocentes dos verdadeiros culpados“. O presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), também comunicou que “buscou apoio para diversos candidatos, sempre dentro do que determina a legislação, o que ficará provado ao fim das investigações, que ele considera extremamente importantes”.

Ministros

O ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, relatou que seus advogados foram acionados desde a manhã desta segunda-feira para requererem “acesso ao conteúdo da delação da Odebrecht naquilo que poderia dizer-lhe respeito. E não vai se pronunciar sobre suposta menção ao seu nome até ter conhecimento do teor do documento”.

Já o ministro das Cidades, Bruno Araújo, informou que “de acordo com a legislação eleitoral”, solicitou doações para diversas empresas, “inclusive a Odebrecht, como já foi anteriormente noticiado”. “O sistema democrático vigente estabelecia a participação de instituições privadas por meio de doações. Mantive uma relação institucional com todas essas empresas”, conclui.

A lista oficial com os nomes dos alvos dos pedidos de inquérito só será conhecida a partir do momento em que o relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, conceder a retirada do segredo de Justiça, o que, segundo a área técnica da Corte, não vai ocorrer antes da próxima segunda-feira, diante do grande volume de material a ser processado. Não há prazo para que o relator da Lava Jato no STF analise os pedidos nem retire os sigilos.

Correio do Povo