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Sem medo de ser ridículo – Viviane M Foresti

Sem medo de ser ridículo

Cá estou eu sentada na praia, tomando uma caipirinha, “nel dolce far niente”, que as férias nos proporcionam, só observando os humanos, esses seres narcisistas, registrando sua presença em todos os momentos maravilhosos de seu dia.
Hoje, mais que uma recordação para guardar em um álbum de fotos, um meio de compartilhar sua alegria, com a família e amigos.
Todos em busca de uma foto que consiga captar não só a magia do lugar, mas também torná-los por 10 segundos, uma estrela de “Caras”.
Olho divertida, um grupo de mulheres de todas as idades e tamanhos, fazendo poses artísticas junto a um coqueiro inclinado. Elas o abraçam, fazem biquinhos, deitam em poses sexies, empinam a bunda e os peitos, levantam a canga para voar com a brisa, sentindo-se lindas, livres e poderosas, sem se importar com o julgamento crítico da massa ignara, que as olha sorrindo.
Por outro lado, os homens não ficam atrás. Altos, baixinhos, magros, gordos, sarados ou não, também não resistem, e ensaiam uma pose máscula, levantando os braços para mostrar os músculos, encolhendo a barriga em tentativas, nem sempre frutíferas de se imortalizar como um galã de cinema.
Também existe a ala dos palhaços – grupo, no qual me incluo – que não pode ver um boneco típico sem se agarrar no mesmo, que enxerga uma peruca em um monte de algas, brincos em pimentas e por aí afora.
Quem nunca caiu em tentação, que atire a primeira pedra.
Pequenos instantes de felicidade, que nos permitem desafiar os padrões de comportamento a que estamos subjugados no dia a dia.
Brincadeiras, fazem parte da vida e aliviam o fardo diário, que somos obrigados a carregar.
Ser ridículo e ter a capacidade de se divertir com isso, nos torna mais leves e felizes.
VMF