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Se non è vero è bene trovato Nonno à procura de… Viviane M Foresti

Se non è vero è bene trovato
Nonno à procura de…

No início dos anos 70 o Nonno enviuvou, depois de uma longa luta da Nonna contra a depressão.
Sentiu-se então no direito de ter uma nova vida, pois embora para nós os netos ele fosse um velho de 64 anos e para a mãe , sua filha ciumenta, ele não pudesse ser cedido, dividido ou emprestado para ninguém, muito menos para outra mulher , ele se achava um ” vero formigone”, com toda a polenta, pronto para se lançar nos braços de uma “bella donna”.

E elas começaram a chegar feito abelhas no mel, candidatas a tomar o posto deixado vago pela Nonna.
Normalmente ele as recebia na sacada da velha casa de madeira, oferecia um “bicier di vino” , pão , queijo e salame e ficavam a conversar e a fumar , ele mostrando seu lado melhor e elas suas aptidões domésticas, sempre fortes e trabalhadeiras.
Como éramos vizinhos de cerca, eu e minha mãe assistíamos a tudo, ela na janela da cozinha blasfemando em dialeto vêneto para as crianças não entenderem e eu na janela da biblioteca, escondida atrás da cortina, maravilhada com aquela “opera-buffa” tão perto de casa.
Algumas vezes, porém, ele as convidava para entrar e desapareciam por um tempo. Tempo suficiente para deixar a mãe desesperada com o que aquela oportunista poderia estar fazendo com seu adorado pai.
Como depois de viúvo ele sempre almoçava conosco, ao meio dia tínhamos um relatório detalhado do encontro e das qualidades da pretendente, as quais a mãe destruía em poucos minutos deixando o coitado desolado. Sempre encontrava um empecilho, todas eram umas bruacas: ou jovens demais, ou muito velhas , ou aproveitadoras ou “puttane” e ele um “vècio” assanhado.
Em algum momento ele desistiu e conformou-se em ” correr negrinhas” (termo muito usado em uma época em que o politicamente correto ainda não havia virado moda ),fossem negras, brancas, índias ou caboclas, bastava que fossem “puttane”!
A “opera-buffa” acabou e a vida voltou ao normal e o Nonno morreu viúvo mas ainda um garanhão que achava que todas as boazudas estavam de olho nele….


Viviane M Foresti