Ricardo Lozza encerra parte com depoimentos de testemunhas e vítimas no julgamento da Boate Kiss
O promotor de Justiça Ricardo Lozza relatou, nesta quarta-feira, que a cidade de Santa Maria nunca mais foi a mesma após a tragédia da Boate Kiss.
Última testemunha a depor no julgamento, ele contou sobre o clima no município. “Santa Maria parou. Foi uma coisa inimaginável. O que esses pais passaram.
Não existe nada parecido”, disse.
“Eu não sou vítima de nada. Eu tenho que ser cobrado pela minha atuação. Eu tenho consciência disso. Mas tu ver as pessoas colocarem a tua honestidade em discussão é muito difícil”, completou.
Ao longo do depoimento, Lozza explicou a função de um inquérito civil e que neste que acabou resultando no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) havia um objeto específico: a poluição sonora provocada pela boate Kiss. “O objeto é uma limitação ao investigador e uma garantia ao investigado”, diz.
Questionado sobre os inquéritos que tratavam sobre a Boate Kiss, Lozza disse que os dois únicos processos que envolviam o nome da casa noturna diziam respeito à poluição sonora e o segundo tinha como investigado o município de Santa Maria, devido a falta de fiscalização em bares e lancherias da região.
Lozza encerra as oitivas do julgamento, com depoimentos de testemunhas e vítimas. Vinte e oito pessoas passaram pelo plenário do Tribunal do Júri do caso Kiss, desde do dia 1º de dezembro. No total, foram 12 vítimas, 13 testemunhas e 3 informantes ouvidos em oito dias.
Nesta quarta-feira, terá início o interrogatório dos acusados. O primeiro a ser ouvido será Elissandro Spohr, um dos sócios-proprietários da casa.
Os demais réus permanecerão no plenário. Para esta quinta-feira, a ordem do interrogatório será de Luciano Bonilha, ex-produtor da banda Gurizada Fandangueira, Mauro Hoffman, outro sócio da boate, e Marcelo Santos, vocalista do grupo musical.