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Ricardo Cappelli vai assumir o GSI de forma interina, confirma Pimenta

Ricardo Cappelli vai assumir o GSI de forma interina, confirma Pimenta

Interventor na Segurança Pública do DF vai comandar pasta de forma temporária; atual secretário-executivo também vai ser demitido

Foto: VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, informou, nesta quarta-feira, que o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, vai assumir o comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de forma interina após a saída de Gonçalves Dias.

Dias pediu demissão após imagens do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto mostrarem que ele esteve no prédio em 8 de janeiro, quando vândalos invadiram e depredaram a sede do governo federal.

Segundo Pimenta, o atual secretário-executivo do GSI, Ricardo José Nigri, também vai ser demitido. Capelli deve ser nomeado como o novo secretário-executivo, mas vai responder pelo GSI até que um novo titular para a pasta seja definido.

“O presidente [Lula] entendeu que era importante que o espaço fosse ocupado imediatamente. Capelli fez um trabalho muito importante como interventor aqui na Segurança Pública do Distrito Federal. Ele foi convidado e já aceitou o convite. Ele responderá pelo GSI interinamente”, disse Pimenta.

Capelli atuou como interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal de 9 a 31 de janeiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou a intervenção em razãoi dos ataques de 8 de janeiro.

Durante os trabalhos como interventor, Capelli trocou diversos cargos considerados essenciais para o comando da segurança pública do DF, tendo nomeado, por exemplo, o atual secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar.

Demissão de Gonçalves Dias
Gonçalves Dias pediu demissão do cargo nesta quarta-feira. Ele teve uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros ministros, que concordaram com a medida em meio ao desgaste gerado ao governo com a divulgação das gravações.

A relação de Lula com o GSI está estremecida desde antes da posse do presidente. Ainda durante o governo de transição, o petista decidiu que a segurança pessoal dele deve ser feita pela Polícia Federal, e não por servidores do Gabinete de Segurança Institucional.

Após os ataques, o desconforto aumentou. O presidente mostrou incômodo com o fato de membros das Forças Armadas ocuparem cargos no GSI e chegou a dizer que alguém pode ter facilitado a entrada de extremistas no Planalto. Segundo Lula, houve conivência dos militares com os vândalos em 8 de janeiro.

Com a divulgação dos vídeos, o que era uma suposição virou constatação por parte do presidente. Antes, Lula considerava que Dias tinha sido, no mínimo, negligente com a situação.

As imagens revelaram que Dias parece orientar a atuação das pessoas que invadiram e depredaram o Planalto. Nos vídeos, o ex-ministro é visto, às 16h29min, sozinho no Palácio, caminhando pelo local e tentando abrir algumas portas.

Depois, ele entra no gabinete presidencial e, em seguida, volta pelo mesmo corredor e conversa com os invasores para que deixem o prédio presidencial.

As imagens das câmeras de segurança mostraram também que os extremistas receberam garrafas de água e orientações para a saída do edifício. Também é possível ver que os objetos foram entregues por militares lotados no GSI à época.

Os vândalos ficaram por cerca de uma hora na porta do gabinete presidencial, mas não invadiram o espaço presidencial.

Governo promete punição
Em nota enviada à imprensa após o pedido de demissão de Gonçalves Dias, a Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto disse que os servidores do GSI à época dos ataques do 8 de janeiro eram remanescentes da gestão anterior e que eles foram afastados nos dias subsequentes ao episódio.

“Todos os militares envolvidos no dia 8 de janeiro já estão sendo identificados e investigados no âmbito do referido inquérito. Já foram ouvidos 81 militares, inclusive do GSI. O governo tem tomado todas as medidas que lhe cabem na investigação do episódio”, esclarece a nota.

De acordo com o governo, “todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário”.

FONTE R7