Nesta quinta-feira (05), um debate entre jornalistas e autoridades, na Rádio Uirapuru, lembraram um dos mais importantes levantes populares do Estado: a Revolta dos Motoqueiros, entre cinco e sete de fevereiro de 1979, em Passo Fundo. Os jornalistas Ivaldino Tasca, Leandro Dóro, Acácio Silva e o tenente do exército, Carlos Lago, registraram suas impressões sobre o ocorrido.
Sendo que tanto Tasca, quanto Acácio e Lago participaram do movimento e Dóro escreveu um livro sobre o tema. Eles contam que a morte do motoqueiro de 17 anos, Clodoaldo Teixeira, alvejado por policiais militares em frente à casa dos pais após fugir de uma abordagem policial, motivou a revolta.
O fato causou grande comoção e durante três dias populares tentaram invadir a sede da Brigada Militar, na Avenida Brasil e realizaram protestos em frente à Catedral e na Avenida Presidente Vargas.
A violência dos confrontos resultaram na morte de mais dois civis, dentre eles Joceli Macedo, morto em frente a uma parada de ônibus, por uma bala perdida. Dóro conta que mais de 10 mil pessoas participaram do cortejo fúnebre de Clodoaldo e movimento culminou, também, com a vinda para Passo Fundo, da polícia comunitária, para intermediar as relações entre o povo e a polícia.
No dia após o sepultamento de Clodoaldo Teixeira, os ânimos se acirraram e milhares de populares, armados até mesmo com pedras, sinalizavam a intenção de confrontar a Brigada Militar. Quando o confronto iniciou, houve a intervenção do Exército, conforme salienta o tenente Lago, na intenção das forças armadas, na intenção de pacificar a situação.
Tasca salienta que até hoje não se sabe exatamente o que levou a população a se mobilizar desta forma. Muitos falaram que a morte do motoqueiro teria sido usada como uma forma de externar a indignação contra a ditadura. Mas para o jornalista a motivação é mais profunda, tendo a haver com o período violento que a cidade vivia.
Já Acácio Silva, registra que o confronto mobilizou toda a comunidade de Passo Fundo e que o povo, realmente, teria chegado às vias de fato com a Brigada, caso o Exército não tivesse aparecido, no momento certo, encerrar o conflito.
Após o final do movimento, muitos motociclistas deixaram a cidade. Durante a revolta, surgiram, ainda, líderes que acabaram seguindo carreiras públicas.
O cartunista falou, em vídeo, a história resumida, confira:
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Fonte: Rádio Uirapuru | Passo Fundo
Fotos: Créditos: Arquivo Histórico Regional