A seleção brasileira, através do seu capitão, o jogador Casemiro, informou que irá se posicionar oficialmente sobre o tema apenas na próxima terça-feira(08)
“Esta reflexão, sugerida pela equipe técnica da CPI da Covid-19 no Senado Federal é endereçada à Comissão Técnica da Seleção Brasileira e aos nossos craques, ídolos e atletas“. É assim que começa o apelo do relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros, para desistência dos brasileiros na disputa pela Copa América 2021. A manifestação, divulgada neste domingo (06), apresenta argumentos contrários à realização da Copa América de Futebol no Brasil “na iminência de uma terceira onda da pandemia”.
O texto expõe uma série de argumentos técnicos e não políticos, segundo garantem os seus idealizadores, para mostrar que o evento que será realizado no país, marcado para começar no próximo dia 13, “não corresponde a opção sanitária mais segura para o povo brasileiro” e que a sua realização neste momento não é o indicado. “Não somos contra a Copa América no Brasil ou em qualquer outro lugar.
Mas acreditamos que o torneio pode esperar até que o país esteja preparado para recebê-lo, assim como já aconteceu pela primeira vez na história com uma competição muito mais importante, as Olimpíadas do Japão”, é o que salienta Renan Calheiros.
Dentre as motivações apresentadas para o adiamento da competição no Brasil estão: o baixo número de vacinados no Brasil, apenas “10,77% do total da população”, a entrada de estrangeiros no país para cobertura do evento e o número de mortos que já chegou ao patamar de 470 mil mortes causadas pelo coronavírus.
“Não realizar e não participar da Copa América no Brasil não é um ato político, é um gesto de respeito à vida de milhões de famílias enlutadas pela morte e por cicatrizes incuráveis. É adotar a mesma disciplina técnica e científica que todos da Comissão Técnica e todos os Jogadores obedecem, desde sempre, todos os dias”, é como encerra sua manifestação.
Jogadores devem se manifestar sobre o tema
A seleção brasileira, através do seu capitão, o jogador Casemiro, informou que irá se posicionar oficialmente sobre o tema apenas na próxima terça-feira, logo após a partida oficial da equipe contra o Paraguai, em Assunção, pelas eliminatórias da Copa do Mundo. Entretanto, Casemiro garantiu que a posição de seus colegas e da comissão técnica brasileira sobre a Copa América é unânime e de conhecimento público, dando a entender que todos são contrários à realização do torneio.
Ainda em Porto Alegre antes do jogo contra Equador, a seleção se reuniu de forma extraordinária com a comissão para debater sobre a participação do país na Copa América. Especula-se que os jogadores não desejam participar do evento também como um ato de apoio ao treinador Tite que foi taxado recentemente nas redes sociais, por apoiadores do presidente Bolsonaro, como o grande ‘sabotador’ do governo e da própria Copa América. O encontro gerou um atraso significativo nos treinamentos e preparação física dos atletas para a partida que acabou com a vitória da seleção canarinho no Beira Rio por 2 x 0 contra os equatorianos.
Entenda a polêmica
Após as desistências dos países incialmente organizadores da Copa América 2021 em receber o evento no seu território por motivos políticos (Colômbia) e sanitários (Argentina), o governo Jair Bolsonaro atendeu aos pedidos da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), apoiado pela da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em ser o palco da competição.
Inclusive no último sábado(05), Jair Bolsonaro participou de uma reunião por vídeoconferência com membros da Conmebol e reafirmou o apoio e a vontade de realizar o campeonato entre seleções sul-americanas no Brasil. Os capitães das 10 seleções foram sondados, mas nenhum deles quis participar desse encontro.