Senador do MDB-AL foi designado para ser o relator da CPI da Pandemia no Senado
Relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) rechaçou as críticas de que o colegiado será de ‘inquisição’ e prometeu que os trabalhos serão pautados pela ciência e conhecimento.
“Minhas opiniões ou impressões estarão subordinadas aos fatos. Serei relator, não das minhas convicções, mas o redator do que aqui for apurado e comprovado. Nada além, nada aquém. CPI não é a sigla de Comissão Parlamentar Inquisitorial. É de Investigação. Nenhum expediente tenebroso das catacumbas do Santo Ofício será utilizado”, afirmou.
O relator garantiu que se pautará pela imparcialidade e isenção. “A comissão será um santuário da ciência, do conhecimento e uma antítese diária e estridente ao obscurantismo negacionista e sepulcral, responsável por uma desoladora necrópole que se expande diante da incúria e do escárnio desumano. Essa será a comissão da celebração da vida, da afirmação do conhecimento e, sobretudo, da sacralização da verdade contra o macabro culto à morte e contra o ódio. Os brasileiros têm o direito de voltar a viver em paz”, acrescentou.
CPI
Na segunda-feira, a Justiça Federal de Brasília, a pedido da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), aliada do presidente Jair Bolsonaro, proibiu a nomeação de Renan Calheiros. No mesmo dia, o presidente do Senado afirmou que não acataria a decisão judicial por competir exclusivamente ao Legislativo a definição do relator de uma CPI. Nesta terça, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) derrubou a liminar.
A sessão foi aberta nesta terça-feira por Otto Alencar (PSD-BA), de 73 anos, membro mais velho da comissão que assumiu a missão de presidir o primeiro dia. Na sequência, Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foram eleitos presidente e vice-presidente, respectivamente. Depois, Calheiros foi designado como relator.
Pazuello
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello está na mira da CPI. Senadores que compõem a comissão preparam requerimentos, e um deles envolve o general do Exército, que comandou a pasta no ápice da pandemia de Covid-19 no país.
“O resultado fala por si: No pior dia da Covid, em apenas 4 horas o número de brasileiros mortos foi igual a todos que tombaram nos campos de batalha da segunda guerra. O que teria acontecido se tivéssemos enviado um infectologista para comandar nossas tropas? Provavelmente um morticínio. Porque guerras se enfrentam com especialistas, sejam elas bélicas ou sanitárias. A diretriz é clara: militar nos quartéis e médicos na Saúde. Quando se inverte, a morte é certa. E foi isso que aconteceu. Temos que explicar, como, por que isso ocorreu.”
Correio dom Povo