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Proposta da União sobre dívida agrada, mas Sartori diz que ainda é possível avançar

Governador participa de reunião no Ministério da Fazenda em Brasília

                                        Foto: Luiz Chaves / Palácio Piratini / CP
Na terceira reunião deste ano com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, recebeu a confirmação da proposta da União que contempla uma carência de 40% do valor da parcela mensal da dívida do Estado, pelo período de dois anos, com impedimento de contratação de novos empréstimos por 48 meses, o que representaria uma economia R$ 1,250 bilhão ao ano ao RS.
Sartori considerou a proposta boa, mas disse que é possível avançar mais ainda na negociação. “Estamos dispostos a trabalhar por alternativas que contemplem a realidade. Do contrário, vamos continuar pagando uma alta parcela mensal, que nos tira a capacidade de investir em áreas essenciais, como segurança, saúde e educação. Precisamos urgentemente voltar a oferecer serviços de qualidade à população, não dá mais para esperar. A carência de 40% ajuda, mas é possível avançar em outras frentes, sem comprometer o futuro”, afirmou Sartori.

Essa carência no valor das parcelas seria compensada no alongamento de 20 anos – que representa uma economia de R$ 60 milhões por mês ao Rio Grande do Sul. Sartori reforçou que a situação gaúcha é a mais grave do país e não se resolve sem uma análise pontual e individualizada por parte do governo federal.
Além de Sartori, o encontro reuniu os governadores Geraldo Alckmin (SP), Renan Filho (AL), Raimundo Colombo (SC), Rodrigo Rollemberg (DF), Renan Filho (AL), Marconi Perillo (GO), Simão Jatene (PA), Pedro Taques (MT), Ricardo Coutinho (PB), Welington Dias (PI), Tião Viana (AC), Suely Campos (RR), Marcelo Miranda (TO), e os vices-governadores José Oliveira (AM) e Carlos Brandão (MA).
Ação na Justiça
Mesmo que a Justiça tenha indeferido neste ano a ação movida pelo governo gaúcho em fevereiro, que pedia a revisão da dívida, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE-RS) vai recorrer e analisa a sentença emitida pelo juiz federal substituto da 2ª Vara, Frederico Botelho de Barros Viana. O Estado entende que a correção do montante ainda devido deve se dar por juros simples. O mérito ainda não foi julgado. A ação cita a Lei Complementar 148/14, que prevê a troca de indexadores, de IGP-DI pela taxa Selic, mais a redução dos juros de 6% para 4%. No entanto, há uma divergência sobre a metodologia de cálculo que a União quer adotar na revisão do contrato.
O valor da dívida contratado pelo Rio Grande do Sul em 1998 foi de R$ 9,427 bilhões. De lá até 2015, o Estado pagou R$ 24,3 bilhões e ainda deve R$ 51,8 bilhões. Em agosto do ano passado, o governo gaúcho já havia ingressado com ação cautelar no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a nulidade de cláusulas do contrato da dívida – entre elas, a suspensão das parcelas mensais e o não bloqueio de valores das contas públicas em caso de atraso do pagamento. A liminar foi negada. Em setembro, deu entrada no STF a ação principal, agora em tramitação, que requer a revisão do contrato de renegociação da dívida, firmado em 1997.
Correio do Povo