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Projetos não resolverão problemas financeiros de imediato, diz Sartori

Apesar de medidas do ajuste fiscal, governador não acredita em um 2016 tranquilo

                                       Foto: Guilherme Testa
O ano de 2015 foi marcado por dificuldades financeiras enfrentadas pelo governo do Estado, o que levou o governador José Ivo Sartori a encaminhar à Assembleia Legislativa e obter a aprovação de uma série de medidas de ajuste fiscal. Entre elas, o aumento de impostos, como a alíquota do Imposto sobre Circuçação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Apesar das aprovações, Sartori não projeta um 2016 mais tranquilo.

Em entrevista exclusiva ao Grupo Record nesta quinta-feira, o governador defendeu as medidas do Executivo estadual, mas ressaltou que “elas não resolverão os problemas do Estado em uma tacada só”. “Quem me conhece sabe que sou franco nas questões. Não sou de prometer absolutamente nada. Fiz toda uma campanha nessa direção. Para mim, a luta política não significa desfazer alguém. Traçamos o caminho de olhar para frente. O que ninguém pode esperar de mim é que eu seja milagreiro. Não podem esperar que eu resolva todos os problemas financeiros do Rio Grande do Sul em uma tacada só. Poderia dizer que tivemos tal herança, mas nunca me ouviram falando isso. Alguns até me condenam por não verbalizar questões”, afirmou.

Questionado sobre as dificuldades para manter em dia o pagamento da folha, Sartori destacou o alto número de inativos do Estado e afirmou que o objetivo é trabalhar para que os servidores façam um trabalho que vise atender melhor a sociedade. O governador não garantiu que os servidores receberão em dia em 2016. “Tivemos duas oportunidades em que ocorreram isso (parcelamento). O Estado tem 54% de inativos, essa é uma realidade que precisa ser vencida. São Paulo, que é o segundo, por exemplo, tem 27%. Temos de olhar para os servidores, para que eles possam executar um serviço melhor. Nessas condições penso que teve muito boa vontade de alguns servidores, que colaboraram e ajudaram a construir todos os projetos”, avaliou.

“O poder público até hoje sempre foi muito voltado para si mesmo. Queremos que ele seja voltado para fora, que atenda a sociedade. Na verdade, o fato é que todos nós queremos o melhor para todo mundo. Para prestar serviços melhores e atender as necessidades, é preciso ter condições financeiras para tanto. O Estado do Rio Grande do Sul não é uma coisa isolada. Dentro de pouco tempo outros passarão por esses problemas”, projetou. 

Neste começo de 2016, a prioridade do governo é aprovar na Assembleia Legislativa o projeto de concessão das rodovias estaduais. Sartori sustentou que essa é a única maneira de manter as estradas gaúchas em bom estado.  “Aprovar as concessões é necessário para aquilo que precisamos fazer. Sempre disse que não tenho receio de praticar Parceria Público-Privada (PPP) enquanto governo. A aprovação do projeto das concessões vai nos proporcionar a melhor maneira de fazer a manutenção da malha rodoviária do Rio Grande do Sul”, assegurou. 
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