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Primeiro condenado no processo criminal da boate Kiss vai poder converter pena em serviço comunitário


Associação de Familiares das Vítimas criticou a medida

O juiz responsável pelo processo criminal decorrente da tragédia da boate Kiss, Ulyses Fonseca Louzada, condenou hoje, a seis meses de prisão, o major dos bombeiros de Santa Maria Gerson da Rosa Pereira, acusado de fraude em documentos relacionados ao inquérito policial que apurou as causas do incêndio. A pena deve ser convertida em prestação de serviços à comunidade e o militar ainda pode apelar da sentença, em liberdade. 
Essa é a primeira condenação na justiça comum desde o incêndio, que matou 242 pessoas em 27 de janeiro de 2013. 
Na época da tragédia, Pereira era chefe do Estado Maior do 4º Comando Regional dos Bombeiros no município. De acordo com o Ministério Público, que denunciou o militar, o major e o sargento Renan Severo Berleze, também bombeiro, fraudaram documentos com o fim de induzir a erro o juiz e os peritos do caso. Berleze aceitou a proposta do MP de suspensão condicional do processo em troca do pagamento de dois salários mínimos e do compromisso de comparecer à Justiça a cada três meses por dois anos. Com isso, o sargento deixou de ser réu no caso, ainda em novembro de 2013.  
Conforme a denúncia, o major entregou à Polícia, após a tragédia, documentos que não faziam parte do Plano de Controle de Incêndio referente à casa noturna. 
Após a divulgação da sentença, o vice-presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Flávio Silva, classificou a pena imposta de absurda. “Uma pessoa comete uma fraude que no final acaba em tragédia e é punido apenas com seis meses de prisão. É algo que não se entende. Assim, qualquer um pode fraudar que não acontece nada”, salientou.
Fonte Radio Guaiba