A pressa está onde não há ordem
Tememos a desordem alheia, como quem acredita que tudo está em ordem em nossas vidas.
Todos temos nossa bagunça – seja ela física ou emocional.
Tratamos disso sempre com displicência e conivência.
Vamos acumulando memórias, sentimentos e pensamentos em um cantinho que julgamos ser apenas uma pequena parte de um lugar imenso.
E assim, tranquilamente vamos acumulando, acumulando, acumulando até que um dia, quando tentamos fechar a porta, ela não fecha.
Quando tentamos fechar as contas das nossas perdas e ganhos, a conta também não bate.
O que nos faz ser acumulativos dessa maneira?
A pressa?
Não é, certamente.
A pressa não é causa, mas efeito.
A vida é um ciclo que se encerra brevemente.
Dentro dele há passagens, mas não podemos dizer que se repete, posto que mudamos a cada instante, impossibilitando reprises.
O que nos faz acumular é o medo.
O medo nos tira o prazer de descartar o que já não nos serve.
Ele atua como uma garantia falsa de uma memória permanente.
Faça um exercício de felicidade: doe roupas que não usará mais; livros que não lerá; objetos que não cabem mais na sua casa e principalmente, recicle suas ideias.
Não seja tão radical com o presente, porque ele é a sua ligação direta com o futuro, não o passado.
Boa Quarta feira
Marcelo Etiene