Ex-ministro do Turismo está preso desde 6 de junho com base em investigações da Operação Manus
Ex-ministro do Turismo está preso desde 6 de junho com base em investigações da Operação Manus | Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil / CP Memória
O ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) articulou, de dentro da cadeia, a transferência de seu patrimônio, segundo afirmou nesta quinta-feira, o delegado da Polícia Federal, Osvaldo Scalezi Júnior, que deflagrou a Operação Lavat. Ex-ministro do Turismo nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, Alves está preso desde 6 de junho com base em investigações da Operação Manus. A Operação Lavat é um desdobramento da Manus.
A ação da PF começou com apuração sobre os recursos oriundos da campanha de 2014 do ex-ministro. Ontem, a Lavat fez buscas até no Ministério do Turismo e deu continuidade à investigação em busca de provas “da forma como o dinheiro ilícito veio, entrou na campanha e foi distribuído para fins de compra de apoio político.” Para Scalezi, Alves, durante o processo, não queria demonstrar que tinha um grande patrimônio. “Depois da deflagração da Operação Manus, o ex-deputado federal passou a manter duas condutas mesmo preso”, informou Scalezi. Segundo o delegado, Alves articulou com seus assessores a ocultação de seus bens, simulando venda de patrimônio para pessoas próximas ou ligadas a ele.
“Ele (Alves) estava transferindo esse patrimônio, ou seja, um crime de lavagem de dinheiro.” A Lavat mobilizou 110 policiais federais para cumprir 27 mandados judiciais: 22 mandados de busca e apreensão, 3 de prisão temporária e 2 de condução coercitiva em Natal e em outras quatro cidades do Rio Grande do Norte, além de Brasília.
Outra frente da Operação investiga ex-assessores de Alves, que também foi presidente da Câmara e deputado por 11 mandatos. Segundo Scalezi, a investigação apura a “articulação junto a Prefeituras do Rio Grande do Norte, no sentido de direcionamento das licitações”.
De acordo com a operação, houve uma diminuição da influência de Henrique Alves nos ministérios em Brasília desde sua prisão. “Entretanto, nós verificamos no decorrer desse lapso temporal, entre a deflagração, em junho, e nesse período, que ele continuava articulando localmente”, disse o delegado.
Foram presos três ex-assessores do peemedebista. A mulher e a filha do ex-ministro do Turismo foram alvo de mandados de busca e apreensão. Os policiais voltaram ao apartamento do ex-ministro em uma área nobre da capital potiguar para coletarem documentos e arquivos em mídia de posse da mulher dele, a jornalista Laurita Arruda Câmara. Até a conclusão desta edição, a reportagem não conseguiu contato com a defesa do ex-ministro.
Correio do Povo