Presidente da CPI do MST declara que nova invasão é “deboche”
Rogério machado
Presidente da CPI do MST declara que nova invasão é “deboche”
Para Zucco (PL-RS), governo se mostra “conivente”
O presidente da CPI do MST, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), classificou a nova invasão do grupo a um centro de pesquisas da Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), como “inadmissível”. Segundo ele, a ação é um “deboche com a sociedade”. Para Zucco, o governo Lula é “conivente” com as ações do movimento. As declarações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
A nova invasão, que ocorreu nesse domingo, acontece às vésperas da abertura do Semiárido Show, um dos eventos mais importantes da região e voltado aos pequenos agricultores do semiárido. A abertura está prevista para esta terça-feira, mas os sem-terra ocuparam toda a área de exposições. Cerca de 1,5 mil membros do MST participaram da ação.
De acordo com o movimento, a decisão ocorreu porque o governo Lula não cumpriu a promessa de destinar áreas para assentar as famílias acampadas na região.
“É inadmissível o MST alegar que o governo não está cumprindo os acordos. O MST está dentro do governo”, afirmou Zucco, que garante investigar essas invasões. “Isso é um deboche com a sociedade e uma conivência do governo que não se posiciona contrário a esses crimes que estão sendo cometidos. Vamos na CPI e investigar essas invasões criminosas”, reforçou.
A CPI do MST deve entrar em uma fase mais intensa na retomada das atividades do Congresso. O líder do MST, João Pedro Stedile, e o líder da Frente Nacional de Luta, José Rainha Júnior, participarão de audiências e integrantes do atual governo Lula deverão ser ouvidos pelos membros da comissão.
Nesta terça-feira, a CPI retoma as atividades com o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias. Ele vai ser questionado se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tinha conhecimento sobre as invasões de terra no Brasil, retomadas no mês de abril, com parte do “Abril Vermelho”, uma série de manifestações do movimento.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, é o principal alvo do grupo, que tenta negociar com o governo a convocação dele. Desde março, a Abin é um braço da pasta de Rui, o que justifica o chamamento.A invasão a Petrolina, nesse domingo, aconteceu, segundo o MST, porque o governo Lula não cumpriu a promessa de destinar áreas para assentar as famílias acampadas na região. A reocupação da área da Embrapa em Pernambuco havia sido decidida em assembleia.“Nós elegemos o governo Lula e precisamos que o ministério cumpra seu papel em atender as demandas da reforma agrária e possam cumprir as políticas voltadas para os movimentos sociais e não somente servir os interesses do agronegócio”, disse Jaime Amorim, da direção estadual do MST em Pernambuco. Segundo o movimento, o governo havia prometido destinar parte dos dois mil hectares da fazenda da Embrapa ao assentamento de famílias“Essas invasões deixam claro que o MST desrespeita o governo, o agro e a sociedade. Desde quando um movimento que comete crime tem que dar condições ao governo federal para não invadir?”, questionou Zucco, presidente da CPI do MST.A invasão deve fortalecer a pressão da oposição no retorno de atividades do Congresso. “Esse movimento criminoso invadiu a estrutura de um evento realizado pela Embrapa, em parceria com o Mapa. Mais um absurdo do MST. A CPI não deixará isso passar batido”, disse Rodolfo Nogueira (PL-MS), integrante da comissão.Ainda conforme o Estadão, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) informou que já tomou conhecimento do ocorrido e prepara manifestação oficial a respeito.