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Preço do petróleo sobe e bolsas caem por ofensiva militar russa na Ucrânia

Bolsa de Moscou suspendeu as operações horas depois de Putin anunciar o início dos ataques

Mercados asiáticos se recuperaram um pouco na quarta 

O preço do petróleo superou nesta quinta-feira (24) os 100 dólares pela primeira vez em mais de sete anos, depois que o presidente russo, Vladimir Putin, lançou uma ofensiva militar contra a Ucrânia. Enquanto isso, a bolsa de Moscou suspendeu as operações horas depois de Putin anunciar o início dos ataques.

O barril do Brent alcançou os 100,04 dólares após o anúncio, que intensificou os temores de um conflito em larga escala no leste europeu.

O petróleo WTI era cotado a 95,54 dólares o barril.

A ameaça de uma guerra despertou nas últimas semanas temores sobre o abastecimento de produtos básicos chave, como trigo e metais, em meio a uma demanda crescente na reabertura das economias, após os fechamentos provocados pela pandemia.

Nas últimas semanas, o preço do petróleo vinha em alta até que nesta quinta-feira o Brent superou a marca dos 100 dólares pela primeira vez desde setembro de 2014.

Outros ativos considerados refúgios seguros, como o ouro, o dólar e o iene japonês, também se valorizaram e os mercados asiáticos registraram perdas.

As bolsa de Hong Kong, Sydney, Mumbai e Seul operavam em queda de mais de 3% ao meio-dia e as de Tóquio, Singapura, Taipé e Wellington perdiam mais de 2%.

Também foram registradas perdas significativas em Xangai, Manila, Jacarta e Bangcoc.

Os mercados asiáticos se recuperaram um pouco na quarta-feira após o anúncio de sanções consideradas leves contra a Rússia. Mas o início do conflito na Ucrânia os puxou de volta para o terreno negativo nesta quinta.

Autoridades mundiais tentaram sem sucesso conter o conflito e o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, assegurou que tentou se comunicar com Putin, mas que ele não o atendeu.

O presidente americano, Joe Biden, condenou o “ataque injustificado” da Rússia e advertiu que “trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano”.

“As tensões russo-ucranianas provocam um possível choque de demanda (na Europa) e um choque maior no abastecimento para o restante do mundo, em vista da importância da Rússia e da Ucrânia para (o setor de) a energia”, declarou Tamas Strickland, do National Australia Bank.

A crise ocorre em um momento em que governos ao redor do mundo lutam para conter a inflação, alimentada por uma demanda crescente causada pela reabertura econômica mundial após os fechamentos provocados pela pandemia.

 

Grande parte das atenções está concentrada do Federal Reserve (Fed, banco central americano), cujas autoridades se preparam para aumentar as taxas de juros em março para conter o aumento dos preços. Analistas de mercado apostam em seis aumentos para este ano.

Correio do Povo