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Polícia Federal lança investigações sobre crimes eleitorais

Operação Olhos de Lince teve quatro mandados de busca e apreensão

Operação Olhos de Lince teve quatro mandados de busca e apreensão | Foto: Fátima Meira / Futura Press / AE / CP

A Operação Olhos de Lince, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira, mirou nove casos de incitação ao crime e quebra do sigilo do voto em seis Estados. As descobertas são parte das atividades do Centro Integrado de Comando e Controle Eleitoral e resultado do trabalho de acompanhamento feito pela PF das redes sociais com o objetivo de identificar e evitar possíveis crimes eleitorais e ameaças a candidatos. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. Cinco termos circunstanciados foram assinados e nove pessoas ouvidas.

De acordo com o delegado federal Flávio Coca, responsável pela investigação, foi possível chegar às pessoas que criaram as publicações em que incitavam o crime de homicídio contra os dois candidatos à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Outros alvos prestaram depoimento para explicar o motivo de publicarem imagens da urna eletrônica no momento do registro do voto, o que é proibido por lei.

Os mandados foram cumpridos em cidades como São Paulo e Sorocaba (SP), Nova Iguaçu (RJ), Uberlândia (MG) e Caxias do Sul (RS). Foram lavrados cinco Termos Circunstanciados de Ocorrência, com a intimação dos investigados, em Juiz de Fora (MG), Varginha (MG), Recife (PE), e Caxias do Sul (RS). Também houve cumprimento de cautelar no Estado do Pará.

O principal objetivo da operação, disse o delegado, foi apreender os celulares dos investigados para provar que eles foram utilizados para produzir as imagens e publicá-las nas redes sociais. De acordo com Flávio Coca, uma das técnicas utilizadas para identificar os suspeitos foi o laudo prosopográfico, que consiste em comparar imagens do alvo com banco de dados públicos ou internos da PF.

Em um dos casos da Operação Olhos de Lince, contou o delegado, a imagem de uma mão que aparece no vídeo levou os investigadores ao suspeito. “As pessoas estão na Internet e acham que estão sob anonimato. Algumas criam perfil fake, mas a PF tem meios e métodos para chegar a essas pessoas”, garantiu.

Correio do Povo