Grupos pedem renúncia de Mario Abdo Benítez, a quem acusam de falhas na gestão da crise na pandemia
As forças policiais dispersaram durante a madrugada deste domingo em Assunção um grupo de pessoas que se reuniu em frente à residência presidencial e tentou romper a barreira de segurança perimetral, em uma área onde está localizada a embaixada dos Estados Unidos, e como parte dos protestos exigindo a renúncia do presidente do Paraguai, Mário Abdo Benítez.
A Polícia Nacional, juntamente com a tropa de choque, respondeu com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo e fez pelo menos 12 detenções, segundo informações de porta-vozes das forças de segurança. O grupo tinha ido à residência presidencial para exigir a renúncia do chefe de Estado após o fim de outra marcha maciça no centro de Assunção.
Como não foram atendidos, eles tentaram romper a barreira do perímetro, relatou à imprensa dos integrantes dos protestos. Segundo a polícia, os manifestantes atiraram pedras e fogos de artifício nas proximidades da residência, e depois recuaram devido à intervenção das forças de segurança. A autoridade policial informou que depois disso a situação ficou calma, as cercas foram reforçadas e o tráfego foi cortado nas vias adjacentes.
O incidente ocorreu após a grande manifestação no centro histórico de Assunção. Na sexta-feira, outra marcha em frente ao prédio do Congresso foi reprimida pela polícia e seguida de confrontos que deixaram cerca de 20 pessoas feridas.
Também neste sábado, Abdo Benítez anunciou em um pronunciamento em cadeia nacional a substituição de quatro ministros, incluindo saúde e educação. Ele disse ter adotado as medidas “em prol da pacificação”.
A situação atual começou no início desta semana com protestos de enfermeiras e parentes de pacientes com Covid-19, que denunciaram a falta de suprimentos na rede de saúde pública. Na sexta-feira, o então ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, renunciou, o que não impediu novas manifestações, ainda maiores