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Policia Civil do Rio Grande do Sul realiza Operação Alcateia no estado de São Paulo.

POLÍCIA CIVIL DO RIO GRANDE DO SUL REALIZA A OPERAÇÃO ALCATEIA NO ESTADO DE SÃO PAULO

Neste momento está sendo realizada a uma Operação do Departamento de Polícia do Interior da Polícia Civil Gaúcha, através do trabalho da DPICOI (Delegacia de Polícia de Proteção ao Idoso e Combate a Intolerância) coordenado pela Delegada Débora Dias, destinado à investigação da organização criminosa estruturada para o cometimento reiterado de crimes de estelionato, na modalidade “Golpe do Cartão Clonado” (ou “Golpe do Motoboy”), cuja base da referida organização é na cidade de São Paulo/SP.

A investigação vem sendo realizado há mais de 06 meses. Também em Pelotas a investigação da 1ª DP iniciou há aproximadamente dois meses.

Tudo começa com a realização de uma ligação para a vítima, geralmente pessoa idosa, onde o interlocutor identifica-se falsamente como funcionário de uma central de monitoramento de cartões, e solicita confirmação de supostas compras. A vítima relata que não foram autorizadas as “supostas”. Em seguida, o criminoso orienta a vítima a ligar para o seu banco, para o número existente no verso do cartão bancário. A vítima, acreditando que foi alvo de uma “clonagem”, liga para o número verdadeiro da central bancária, mas os criminosos desviam a sua ligação por meio de uma central telefônica que tem instalado o sistema para call center. A partir daí, a vítima passa a falar com outro criminoso, que se identifica como funcionário de uma central de segurança do banco, qie diz que o cartão da vítima foi clonado e que estão sendo feitas compras. O suposto funcionário diz que será necessário realizar um procedimento de bloqueio do cartão e também uma “investigação de clonagem”.

A vítima é orientada a inserir dados pelo teclado do telefone, dentre eles a senha do cartão, que é inserida pela vítima quando uma gravação eletrônica preparada pelos criminosos, a solicita. A todo o momento o estelionatário fala que a ligação é segura e está sendo gravada. A vítima é orientada a cortar ao meio o seu cartão bancário, sem danificar o chip, escrever uma carta de contestando as supostas compras e autorizando uma “investigação junto ao banco e polícia civil ou federal”. Em seguida, é solicitado que a vítima entregue o cartão cortado e a carta, dentro de um envelope lacrado (com cola e grampos), em uma agência de outro estado, naquele mesmo dia. Como a vítima diz que não tem condições de fazer isso, o criminoso fala que irá mandar um representante até a casa da vítima para recolher o envelope com o cartão e a carta.

Outro criminoso vai até a casa da vítima e apanha o seu cartão. Os criminosos comunicam-se o tempo todo e a senha é repassada para o indivíduo que está em posse do cartão. Assim, são feitos saques e compras via máquinas de cartão débito/crédito, que estão em poder do indivíduo que pegou o cartão. O criminoso que está falando com a vítima solicita que o seu aparelho celular seja desligado por algumas horas, para que sejam feitas atualizações de segurança. Isso faz com que a vítima não receba alertas enviados pelo banco a respeito dos saques, compras e transferências efetuados pelos golpistas.

A organização criminosa possui bases em São Paulo/SP e que apenas os indivíduos que recolhem os cartões deslocam-se para as cidades onde estão as vítimas.
Esses são os chamados “motocas” ou “retiras” e a todo o momento há comunicação entre eles e sua “base”, em São Paulo. O local de onde partem as ligações foi desarticulado na manha de hoje. Há fortes indícios de que essa organização criminosa possui ligações com a facção criminosa PCC. Também, os criminosos utilizam-se das restrições impostas pela pandemia de Covid-19 para fazer com que as vítimas não se desloquem até a agência bana.

A organização criminosa praticou crimes no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Piauí, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro. No RS foram praticados crimes em Santa Maria, Cachoeira do Sul, Rio Pardo, Passo Fundo, Pelotas, Rio Grande, Erechim, Caxias do Sul e Soledade.

Em Santa Maria, entre 01 de janeiro e 01 de dezembro de 2020 foram praticados 67 golpes, com prejuízo às vítimas de quase R$ 600.000,00. Aliás, pela Polícia Civil já prendeu em flagrante, em Santa Maria e Pelotas, 16 pessoas pela prática desse crime.

Nas manhã desta terça-feira, dia 08/12/2020 foi desencadeada a OPERAÇÃO ALCATÉIA, contando com apoio da Polícia Civil de São Paulo, foram 18 agentes policiais de Santa Maria, 06 de Pelotas, 145 Policiais Civis de São Paulo e 68 viaturas, e 3 Delegados.

Até o momento 14 pessoas foram presas.