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Polícia Civil deflagra Operação Andróid contra o tráfico de drogas

Polícia Civil deflagra Operação Andróid contra o tráfico de drogas

104 ordens judiciais estão sendo cumpridas em 22 municípios gaúchos.

A operação conta com o apoio da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal

Nesta terça-feira (24), a Polícia Civil deflagrou a Operação Andróid, uma ampla investigação por Força-Tarefa que se desenvolveu a partir da Delegacia de Polícia Regional de Três Passos e que foi concebida para, em toda Região Celeiro, desmantelar complexas ações de traficância de drogas e crimes conexos, praticadas por indivíduos integrantes de organização criminosa comandada do interior de Casas Prisionais, onde se encontram recolhidos seus principais líderes.

A ação está sendo executada por aproximadamente 200 policiais civis, com o apoio integrado de 100 policiais militares e dez policiais rodoviários federais, e emprego de mais de 100 viaturas e o helicóptero da Polícia Civil.

Num total de 104 ordens judiciais, estão sendo cumpridos na data de hoje 43 mandados de prisão e 61 mandados de busca e apreensão domiciliar em Santo Augusto, Coronel Bicaco, Redentora, Campo Novo, Tenente Portela, Três Passos, Crissiumal, Independência, São José do Inhacorá, Três de Maio, Ijuí, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Carazinho, Lagoa Vermelha, Lajeado, Dois Irmãos, Campo Bom, Montenegro, Novo Hamburgo, Charqueadas e Santiago, e na região de Florianópolis (SC).

Durante as investigações foi apurado que, traficantes líderes, do interior de estabelecimentos prisionais, de forma estruturada e hierarquizada, comandaram e gerenciaram comparsas controlando desde o transporte de drogas, fracionamento, entrega a gerentes regionais e locais, até alcançar as vendas a usuários.

Pré-determinados gerentes regionais eram responsáveis por recepcionar e distribuir a gerentes locais em cada cidade da Região Celeiro as drogas oriundas da Região do Vale dos Sinos.

Em cada cidade, controlados de forma rígida de dentro de presídios, traficantes locais fizeram funcionar “bocas de fumo” de propriedade dos seus hierarquizados líderes, revendendo as drogas a usuários.

O fenômeno, novo na Região, foi marcado por intensa disputa de territórios de tráfico e “ajustes de contas” entre traficantes, em que a violência e intimidação empregada acabaram culminando, inclusive, em homicídios tentados e consumados entre traficantes, ceifando vida até mesmo de cidadão inocente.

No período inicial, também se verificou acentuado recrudescimento de crimes contra o patrimônio, principalmente furtos de motos e roubos ocorridos na Região por integrantes da organização criminosa.

As investigações iniciaram no mês de julho de 2017 e, nesse período, num total de 62 constrições cautelares pessoais, já foram realizadas 55 prisões de indivíduos adultos e apreendidos sete adolescentes infratores em dezenas de ações que ocorreram em praticamente todos os municípios da Região Celeiro e em outras cidades, como Sarandi, Seberi, Carazinho, Montenegro e Novo Hamburgo.

Com as ações, praticamente todos os gerentes locais e regionais do tráfico já foram presos, inclusive com vastas quantidades de drogas e alguns com armas de fogo, bem como estão identificados os líderes que comandaram as ações-macros, contra os quais, na data de hoje, também estão sendo executados mandados de prisão preventiva.

Ao longo das investigações também foram presos responsáveis pelo transporte das drogas do Vale dos Sinos e indivíduos suspeitos de serem responsáveis por execuções de crimes contra a vida no contexto dos interesses da organização criminosa.

As ações operacionais, que tiveram o integrado apoio da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal, se traduziram na apreensão de aproximadamente 180 kg de drogas (maconha, cocaína e crack), armas de fogo, munições, veículos, motos, dinheiro, balanças de precisão e farto material ligado à traficância de drogas em sentido amplo, resultando na instrução de mais de 50 procedimentos policiais distribuídos em diversas Comarcas.

As investigações globais também resultaram na colheita de elementos de prova que, por compartilhamento, instruíram feitos policiais em outras Comarcas em que foram realizadas 13 prisões cautelares versando sobre tráfico de drogas e crimes conexos – homicídios tentados e consumados e crimes contra o patrimônio.

O nome “Andróid” dado à Operação se relaciona ao trabalho de inteligência de dados que resultaram em prisões e ações operacionais ao longo das investigações.