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PIB do RS cresce 5,5% no 1º trimestre de 2021 e recupera nível pré-pandemia

Indicador foi puxado pela agropecuária, que teve desempenho positivo de 42,2% em relação ao ano anterior

Foto: GUILHERME TESTA/CP

Indicador foi puxado pela agropecuária que teve desempenho positivo de 42,2% em relação a 2020 

Após mais um ano de efeitos diretos provocados pela pandemia de coronavírus e pela estiagem, a economia gaúcha reagiu e o Produto Interno Bruto (PIB) registrou crescimento de 5,5% no primeiro trimestre de 2021, em relação ao ano anterior. Ante ao trimestre anterior, o crescimento foi de 4%. Após queda abrupta nos trimestres do ano passado, o indicador recuperou o nível pré-pandemia de 2018. Os dados foram apresentados, nesta quinta-feira, pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).

O bom desempenho foi puxado pela agropecuária, que cresceu 42,2% no primeiro trimestre deste ano, em relação a 2020. Em nível nacional, o setor registrou 10%. A maior contribuição foi do cultivo da soja, com 74%. Apesar de apresentar uma leve redução de 0,8% em relação ao ano anterior, o cultivo do arroz não afetou o índice geral. De acordo com os técnicos da pasta, a cultura não sofreu os efeitos da estiagem no ano passado. O setor de máquinas e equipamentos também teve influência neste primeiro trimestre na indústria, que teve crescimento de 55,89% no Rio Grande do Sul. A relação se dá pelo fomento no uso de máquinas e demais acessórios agrícolas.

“Em 2020 tivemos o impacto da estiagem no primeiro trimestre e, a partir de março, a pandemia afetou todos os setores de forma muito intensa. A sequência de três altas seguidas do PIB na comparação com os trimestres anteriores demonstra uma tendência de recuperação efetiva da atividade econômica no RS”, afirma a pesquisadora do DEE/SPGG e coordenadora da Divisão de Análise Econômica, Vanessa Sulzbach.

Na contramão da boa recuperação, o setor de serviços – que inclui alimentação e alojamento, por exemplo – teve queda de 2,4% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao ano anterior, e um crescimento na margem de 0,6% em relação ao trimestre anterior. O setor foi um dos mais afetados pela pandemia de coronavírus. O mesmo efeito foi identificado para o setor de administração, educação e saúde pública, que teve queda de 1,6% em relação ao índice divulgado em março deste ano.

Considerando apenas o Comércio, duas das 10 atividades apresentaram crescimento: Material de construção (24,3%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (18,8%). Os demais segmentos registraram queda, entre eles o de Hipermercados e supermercados (6,9%), Combustíveis e lubrificantes (22,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (51,1%) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (33,7%).

A Secretaria de Planejamento, Gestão e Governança acredita que o avançar da vacinação contra o coronavírus deve contribuir no índice para o próximo trimestre, sobretudo ao setor de serviços.

De acordo com o governador Eduardo Leite, os números são promissores e mostram uma clara perspectiva de melhora, mas ainda há muito a ser superado. “Os indicadores do PIB, somados às ações que estamos promovendo desde o início da nossa gestão, como a Reforma Administrativa, a Tributária, as privatizações e as concessões, entre outras tantas, demonstram que fizemos as escolhas certas. Estamos no caminho para a retomada do desenvolvimento que o Estado e a população tanto esperam de nós. A confiança também tem enorme relevância para a superação das perdas econômicas provocadas pela pandemia”, completou.

No acumulado em quatro trimestres, o PIB do Rio Grande do Sul registrou variação de -4,9%, abaixo do desempenho do país (-3,8%). No quarto trimestre de 2020, o resultado acumulado no Estado era de -7%.

“Com os resultados do primeiro trimestre de 2021, a economia gaúcha recuperou o nível de produção que registrara antes da pandemia, no quarto trimestre de 2019. Atualmente, o nível encontra-se em patamar semelhante à produção de 2014, o que é uma boa notícia para a economia gaúcha”, aponta a pesquisadora do DEE/SPGG e coordenadora da Divisão de Análise Econômica, Vanessa Sulzbach.