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PGR denuncia Temer por corrupção passiva e lavagem de dinheiro

BRASÍLIA, DF, 18.09.2017: RAQUEL-DODGE - O presidente Michel Temer participa da cerimônia de posse da nova procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge, nesta segunda-feira (18), na sede da PGR em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

Raquel Dodge salientou vantagens indevidas evidenciadas pelo inquérito dos Portos

Foto: Rogério Melo / PR / Divulgação CP

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou nesta quarta-feira denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito do inquérito dos Portos, que apura se houve favorecimento a empresas do setor portuário na edição de um decreto de 2017. Além de Temer, foram denunciados João Baptista Lima Filha, o coronel Lima, amigo pessoal do presidente, Carlos Alberto Costa, sócio de Lima, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e os empresários Antônio Grecco e Ricardo Mesquita, ambos da Rodrimar.

Esta é a terceira vez que o presidente é denunciado pela PGR. Para Dodge, Temer vem recebendo vantagens indevidas “há mais de 20 anos” e a “edição do Decreto dos Portos (Decreto nº 9.048/2017) é o ato de ofício mais recente identificado, na sequência de tratativas ilícitas que perduram há décadas”.

De acordo com Raquel Dodge, a investigação comprovou que Temer, o coronel reformado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho e Carlos Alberto Costa, “atuando de modo concertado e em unidade de desígnios desde 31/08/2016 até o momento, ocultaram valores de pelo menos R$ 32.615.008,47, provenientes diretamente de crimes contra a Administração Pública praticados por membros de organização criminosa por meio de empresas de fachada”.

Para a PGR, ficou comprovada na apuração a longa relação estabelecida entre Temer e Antônio Celso Grecco “sob a forma de sistema de corrupção, no padrão contacorrente, tendo como nicho de atuação o setor portuário, especialmente o Porto de Santos, que culminou na edição do Decreto nº 9.048/2017”. Ao apresentar a denúncia contra o presidente da República ao STF, Raquel Dodge frisou que o coronel Lima ocupa “lugar de destaque” no esquema.

“Ele atua como mandatário de Michel Temer, apresentando-se há décadas como homem de confiança em diversas ocasiões. João Batista Lima Filho tem atuado em todas as relações comerciais entre Michel Temer e empresários do setor portuário, dissimulando sua existência, natureza e efeitos”, diz Dodge.

Até a publicação deste texto, o Palácio do Planalto não havia se manifestado. A reportagem tenta contato com as outras defesas.

Correio do Povo