Raquel Dodge receberá integrantes para discutir abordagem ao vazamento de supostos diálogos entre Moro e Deltan
Reportagens do site The Intercept, em parceria com outros veículos de comunicação, põem em xeque a conduta de procuradores e do ministro Sergio Moro, ao revelar supostos diálogos travados entre Deltan Dallagnol e outros integrantes do MPF e do próprio ex-juiz federal. Os citados afirmam não reconhecer a autenticidade das mensagens, negam irregularidades e se dizem vítimas de crime de hackers que tentam manchar os feitos e anular processos ligados à operação.
Alguns procuradores, no entanto, entendem que falta fazer uma defesa pública mais enfática dos integrantes da Força-Tarefa. A expectativa é que, depois da reunião, a PGR possa apresentar uma posição da instituição. A informação na Procuradoria-Geral da República é que a reunião já estava sendo articulada há semanas e não se deve a nenhum conteúdo específico divulgado na imprensa recentemente.
Por coincidência, a reunião acontecerá um dia depois de a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do Ministério Público Federal (MPF) responsável pela defesa de direitos humanos, divulgar uma nota pública com críticas indiretas à força-tarefa da Lava Jato nesta segunda-feira. A PFDC é independente e não necessariamente representa a PGR.
Também nesta segunda-feira, o PSOL protocolou uma representação contra o procurador da República Deltan Dallagnol no Conselho Nacional do Ministério Público. Segundo o partido, os diálogos configuram fraude aos princípios constitucionais e aos valores do Ministério Público. “A tentativa de obter lucro por meio da Operação Lava Jato – através de condutas imorais e ilegais – não pode ser tolerada pelas instituições democráticas. Trata-se de claro desvio de conduta e abuso ilegal das prerrogativas”, diz a representação da legenda.
EStadão