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Pesquisa aponta que maioria dos feminicídios no Rio Grande do Sul é cometido por jovens adultos

Apuração mostrou que em 50% dos casos as vítimas têm entre 20 e 38 anos de idade

Segundo pesquisa, a maior parte dos casos (78%) é de jovens adultos com idade entre 18 e 43 anos 

Uma pesquisa da Coordenadoria das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid) do Tribunal de Justiça (TJRS) revela que a maior parte dos autores de mortes por conta do gênero no Rio Grande do Sul são jovens adultos.

Conforme resultados da Pesquisa sobre Feminicídios, que coletou dados de 176 processos que tramitam na Vara Especializada em Feminicídios de Porto Alegre, em 78% dos casos os agressores têm idade entre 18 e 43 anos. A pesquisa divulgada nesta segunda-feira reuniu dados entre julho e outubro do ano passado.

Para a coordenadora da Cevid, Juíza-Corregedora Taís Culau de Barros, é importante definir estratégias para combater as mortes por motivo de gênero – que muitas vezes têm relação direta com violência doméstica.

Ao destacar que ‘o conhecimento da realidade’ é essencial para formação de políticas públicas, Taís explica que o objetivo da pesquisa é apresentar dados documentais sobre os casos de feminicídio tentado e consumado. “Dos processos analisados, 80% são feminicídios tentado e 20% consumado”, frisa.

Aumento do feminicídio 

Segundo Taís, os feminicídios no Rio Grande do Sul estão relacionados não somente à condição de meninas, mas também à violência doméstica. Ela reforça que é preciso atuar de forma mais efetiva na prevenção ‘desse crime tão horrível’.

No ano passado, os feminicídios apresentaram aumento de 21% (80 para 97), de 2020 para 2021. A pesquisa aponta ainda que em 50% dos casos as vítimas têm entre 20 e 38 anos de idade. “Os feminicídios atingem de forma desproporcional a população negra”, ressalta.

Os dados apontam ainda que 58% dos crimes ocorrem na residência e a arma branca é a mais utilizada em 53% dos casos. Além disso, em 86,2% dos casos de feminicídios tentados ou consumados a vítima não tinha medidas protetivas. “Medidas protetivas salvam vidas e são essenciais. É uma falha da rede como um todo”, completa.

De acordo com a pesquisa, em 40% dos processos, o término do relacionamento era a principal motivação para os feminicídios. A corregedora-geral da Justiça, desembargadora Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak, destaca a criação de uma vara específica para o tratamento de questões envolvendo feminicídios e a necessidade de ações de prevenção à violência.

“É importante traçar um perfil de quem são as vítimas e ofensores para traçar políticas públicas e projetos”, avalia. Conforme Teresinha, a partir do perfil de vítimas apontado pela pesquisa, Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Civil, entre outras instituições, é possível elaborar políticas para prevenir feminicídios.

Correio do Povo

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