Músico lembrou do drama nas tentativas de apagar o fogo na boate Kiss
Por volta das 21h, no segundo dia de julgamento dos quatro réus acusados de serem os responsáveis pela morte de 242 pessoas no incêndio na boate Kiss, o juiz Orlando Faccini Neto chamou para depor a quarta testemunha da noite desta quinta-feira: o DJ Lucas Cauduro Peranzoni, sobrevivente da tragédia. Muito emocionado, ele respondeu com dificuldade às perguntas do juiz, que preside o julgamento.
“Fez puf. O barulho foi esse. Nesse momento vi uma nuvem preta muito densa e olhei para o outro DJ e disse: ‘Vamos sair daqui”, afirmou Lucas, lembrando que desmaiou e foi pisoteado. “Perdi muitos colegas, muitos amigos, muitos conhecidos”, lembrou ele, que chorou muito ao ver vídeo do incêndio na Kiss.
Perguntado sobre como ficou após a tragédia, Lucas afirmou que não ficou com sequelas físicas, no entanto, quando foi questionado sobre o seu estado psicológico, suspirou e não conseguiu falar. “Não precisa responder. O silêncio também fala”, disse o magistrado Orlando Faccini.
O DJ relembrou o drama na tentativa de combater o fogo.
“Tentaram tocar água, alguma coisa, tentaram extintor, e não conseguiram apagar”, disse Lucas sobre início do incêndio, lembrando que quem o contratou foram Elisandro Spohr e Mauro Hoffmann.
“Tratei com ambos. A boate era um ‘local muito bom'”, afirmou, referindo-se ao ambiente de trabalho. O júri retorna sexta-feira, às 9h15min.
Correio do Povo