O Portal 21 recebeu na noite de ontem, o registro de uma internauta Passo-Fundense, relatando sua revolta quanto a um caso que teria ocorrido com um imigrante angolano no centro da cidade, na tarde de terça-feira. CLIQUE AQUI E VEJA A POSTAGEM COM OS COMENTÁRIOS.
“Hoje estava andando na rua em Passo Fundo e me deparei com uma situação absurda. Um angolano estava vendendo capinha de celulares, enfim, coisas do gênero que vendedores ambulantes vendem por ai. Quando chegaram guardas da PM e fiscais do meio ambiente abordando de forma desnecessária derrubando a mercadoria dele. Tá, tudo bem que ele é de fora e está vendendo ilegalmente as coisas. Mas é necessário será fazer isso? No final do mês o dinheirinho vai tá lá na conta deles, enquanto ao invés de fazer algo útil, útil que digo é cuidar da segurança do povo, tão ai abordando de forma agressiva as pessoas e botando medo no povo de fora. Indignada demais”, escreveu ela em sua página pessoal no Facebook.
Milhares de pessoas manifestaram suas opiniões sobre o ocorrido, a grande maioria delas repudiando tal atitude dos fiscais.
Na tarde desta quarta-feira, o Portal 21 contatou a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, que repassou posicionamento oficial do órgão competente, através de nota emitida em nome do Presidente da Associação dos Fiscais Urbanos Sanitários e Afins do Município de Passo Fundo, Sr. Evandro Camargo.
De acordo com o Presidente, houve um grande mal entendido, e em nenhum momento os fiscais agiram da forma como relatada na postagem da internauta.
Confira a nota na íntegra:
“Apenas como esclarecimento a tantas pessoas, principalmente aquelas que sempre respeitei e que hoje se precipitaram em tomar as dores e a julgar o digno trabalho de nossos colegas Paulo Neckel e Jorge Pires, além dos profissionais da BM, quero lhes afiançar que o ocorrido não foi em nada próximo do que a cidadã (a qual terá que se explicar) trouxe através de uma foto e sua “revolta”. Começarei assim, pelo fim:
1º As capas de celular estão no chão por que ao avistar a fiscalização, o rapaz como todos os demais, tentou fugir e assim caíram suas mercadorias;
2º Existem leis no município. Assim como existem regras para toda a sociedade e dentre essas leis, existe aquela que proíbe qualquer comércio ambulante em via pública (LEI COMPLEMENTAR 81/99);
3º A referida proibição é para todo e qualquer ambulante, seja ele Branco, Negro, Amarelo, Vermelho, ou de qualquer espécie de mercadorias, sejam CD’s, DVD’s, óculos, cintos, capa de celular, roupas, remédios, o que for;
4º Muitos desses vendedores estrangeiros, aos quais tantos tratam como “coitados”, residem em apartamentos de primeira classe no centro de Passo Fundo e não necessitariam praticar esse tipo de comércio ilegal;
5º Reafirmo peremptoriamente que em momento algum ocorreu qualquer cunho racista, pois não é da índole do setor, em qualquer que seja a abordagem;
6º Quando da apreensão das mercadorias, os mesmos têm o direito de recebê-las novamente, desde que apresentem suas respectivas notas fiscais, em caso contrário, as mercadorias são doadas as instituições mais carentes de nossa cidade, como cada um bem pode solicitar junto a CFL sua veracidade;
7º A FISCALIZAÇÃO DE POSTURAS de Passo Fundo está aí para proteger a comunidade, ao comércio local e todas as leis pertinentes.
Portanto, em respeito à dignidade das pessoas envolvidas, espero que tenha esclarecido alguns pontos e que antes de se tomar as “dores” de qualquer que seja os acontecimentos, nós procuremos buscar o entendimento da realidade, pois muitos colegas do município, que sabem bem como é ser servidor público, muitas vezes injustiçado, emitiu opinião e juízo de valor, sem direito a ouvir aqueles que estavam na prática de suas funções.
Por fim, aqueles que falaram contra os colegas e utilizaram de agressão verbal, esses certamente serão chamados a comprovar suas palavras, pois como diz a lei: agredir servidor público no exercício de sua função é crime.
Evandro Camargo – Presidente da Associação dos Fiscais Urbanos Sanitários e Afins do Município de Passo Fundo”
