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Passageiros dizem que sequestrador de ônibus queria “entrar para a História”

Reféns contaram que William Augusto do Nascimento afirmou que “não queria machucar ninguém nem roubar nada”

Foto: Ricardo Cassiano / Agência o Dia / AFP / CP

Jovem foi morto após descer do coletivo

Os passageiros do ônibus sequestrados na manhã desta terça-feira na Ponte Rio-Niterói contaram que o sequestrador William Augusto do Nascimento, de 20 anos, disse que não queria machucar ninguém nem roubar nada. Segundo os reféns, o homem falava apenas que queria “entrar para a História”. A ação toda, no entanto, parecia planejada, segundo as testemunhas. O sequestrador havia levado potinhos de garrafa PET para colocar gasolina, barbante para amarrar os passageiros, coquetel molotov, além de uma faca, uma arma falsa e taser.

“Ele só falava que queria entrar para a História, que a gente ia entrar para a História e que teria muita historia pra contar”, disse o professor de Geografia Hans Miller, de 34 anos, que estava no ônibus. Segundo Miller, embora ele tenha pendurado os potes com gasolina por todo o ônibus, em nenhum momento ele ameaçou botar fogo no veículo. “Disse que não queria tocar fogo no ônibus e que só queria dinheiro do Estado, que quem ia pagar a conta era o Estado”, disse.

O professor chegou a fazer cartazes com informações sobre o sequestrador para passar informações à polícia. Ele colocava os avisos entre o vidro e as cortinas, que tinham sido fechadas por determinação do criminoso. Daniele Farias, de 38 anos, mulher de um outro refém, com quem manteve contato por mensagem durante todo o sequestro, contou uma história parecida. “Meu marido falou comigo o tempo todo, dizendo que estava tudo bem, que ele não estava ameaçando ninguém, que estava calmo e que o que ele queria era parar a cidade, botar o terror”, declarou Daniele.