Corporação indiciou o criminoso nessa segunda-feira
O governo catarinense divulgou, nessa segunda-feira, o resultado da investigação sobre a tragédia que vitimou quatro crianças e deixou mais cinco feridas, na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, em 5 de abril. A Polícia Civil indiciou o autor dos crimes por quatro homicídios e cinco tentativas de homicídio, e remeteu o inquérito à Justiça.
Para a corporação, o investigado agiu sozinho e tinha a intenção de matar um número maior de vítimas. A Polícia Civil analisou imagens, documentos eletrônicos e conversas em grupos na internet, além de ouvir testemunhas dos crimes.
A equipe da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos de SC atuou na coleta de informações do aparelho telefônico do investigado. De acordo com o delegado Ronnie Reis Esteves, a investigação se dividiu em duas partes: oitivas com o acusado e as testemunhas e a dinâmica do crime.
O delegado de Blumenau, Rodrigo Raitz, responsável pela definição da dinâmica do crime, disse ter sido feito um levantamento de todo o trajeto do investigado, desde o momento que ele sai de casa até se entregar à Polícia.
Por meio de relatório de análise de extração de dados, a Polícia descobriu que ele fazia pesquisas na internet sobre ocultismo, seitas e magias e que, em 15 de março, 21 dias antes do ocorrido, procurou por modelos de machado – instrumento com o qual cometeu a chacina.
A psicóloga e policial civil Larissa Canali disse que no decorrer das investigações nenhum diagnóstico oficial comprovou que o criminoso tenha algum transtorno mental. “O histórico é de surtos possivelmente psicóticos, talvez potencializados pelo uso de drogas”, comentou ela.
Sobre o resultado do laudo toxicológico, o perito criminal Tiago Luchetta revela que traços de cocaína e álcool foram identificados no sangue do criminoso. Mas embora comprove que ele era usuário dessas substâncias, o laudo não deixa claro, por enquanto, se o homem agiu drogado ou alcoolizado em 5 de abril.
Fake news
Sobre os boatos a respeito de ataques e supostas ameaças a outras escolas, recebidos após as mortes em Blumenau, o delegado-geral da PC catarinense, Ulisses Gabriel, reforçou o apelo para que as pessoas não divulguem fake news e que, ao tomar conhecimento de uma informação por meio de redes sociais, consultem os canais oficiais do governo.