Rogério Machado Blog – Noticias, informações, politica e saúde

Papa receberá presidentes divorciados com suas novas esposas

Pontífice estaria sentindo-se desconfortável por ter de receber em separado as mulheres dos líderes

                                              Foto: Vincenzo Pinto / AFP / CP
A pedido do papa Francisco, o Vaticano mudou o rígido protocolo para visitas oficiais de chefes de Estado católicos que se divorciaram e se casaram novamente. Eles agora poderão ser recebidos com a nova esposa pelo pontífice.
De acordo com a página italiana especializada em informação religiosa Vatican Insider, o pedido foi feito pelo pontífice argentino para a secretaria de Estado, encarregada do protocolo. Ele estaria desconfortável por ter de receber separadamente as novas esposas da maioria dos líderes latino-americanos, incluindo do argentino Mauricio Macri e do colombiano Juan Manuel Santos.

No sábado, Francisco recebeu seu compatriota, o presidente Macri, com sua terceira esposa, Juliana Awada. Esta foi a primeira vez que as regras estritas do Vaticano para visitas oficiais foram quebradas, o que foi notado tanto no Vaticano quanto na Argentina.
A assessoria de imprensa do Vaticano não negou nesta quinta-feira uma mudança das regras, mas não quis dar mais detalhes. De acordo com o Vatican Insider, a pedido de Francisco, a secretaria mudou o protocolo para visitas oficiais de chefes de Estado católicos que estão em “uma situação matrimonial irregular” para a Igreja.
No passado, tais regras impediriam o presidente de ser recebido juntamente com a nova esposa pelo papa. No geral, a nova esposa deve esperar em outra sala do Vaticano para ser cumprimentada pelo papa separadamente.
A decisão não implica uma mudança da lei canônica, que considera ilegítimos tais casamentos, mas uma aplicação de um princípio defendido por Francisco: que os divorciados que voltaram a se casar devem ser “integrados na vida” da igreja, mas não podem comungar.
Francisco deve divulgar nas próximas semanas as conclusões dos dois sínodos sobre as mudanças na família moderna, realizados em 2014 e 2015, um documento muito esperado pelos católicos. É possível que o pontífice não revolucione a doutrina, a despeito das esperanças geradas quando convidou a Igreja a não ter “medo” de rever as regras e tradições adotadas com o passar dos séculos, e se limite a abrir as portas a uma maior participação na vida da Igreja de católicos que estão em situação “irregular”. 
Correio do Povo