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Operação do MP prende sete pessoas e apreende 20 toneladas de queijo impróprio para consumo no RS

Laticínios da Serra e do Norte gaúcho cometiam irregularidades, como adição de amido de milho ao produto vencido. Parte dos estoques era vendido na região Metropolitana

Deflagrada pelo Ministério Público, a operação Queijo Compen$ado 3 prendeu sete pessoas, na tarde desta quinta-feira, e apreendeu cerca de 20 toneladas de queijo e derivados, impróprios para o consumo. Foram encontradas, em empresas da Serra e do Norte gaúchos, soda cáustica e água oxigenada, utilizadas para o reaproveitamento de queijo vencido. Foram alvo das investigações os laticínios Luza, de Constantina, Valparadiso, de Carlos Barbosa, Taurino, de Tenente Portela, e Latteria, de Antônio Prado. Um dos produtores distribuía cerca de 100 toneladas de queijo por mês, somente para a região Metropolitana da Capital.
Durante a ação, foram presos os proprietários das empresas – Rodrigo Luza, Denir Francisco Luza, Reinaldo Pereira, Sergio Marques Lima, Moises Beltrame e Jorge Arbo, esse último detido em flagrante por adulteração de queijo no depósito da empresa Luza. Durante as buscas, outro homem também foi preso por posse ilegal de arma.
Ontem, chegou ao Ministério Público uma interceptação telefônica em que um fiscal de inspeção municipal de Antônio Prado sugere a um investigado retirar os produtos do local. Segundo o promotor da Especializada Criminal e coordenador do Grupo de Segurança Alimentar do MP, promotor Mauro Rockenbach, o fiscal advertia para a iminência da operação.
As investigações começaram em outubro do ano passado e apontaram irregularidades, como a adição de amido de milho no queijo, utilizado para mascarar a inserção de menos leite que o exigido pelas normas da indústria. As empresas também forneciam queijo vencido, estragado e sem procedência, além de trocar os rótulos para burlar o consumidor.
Laudos do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), vinculado ao Ministério da Agricultura, ainda indicaram a contaminação por bactérias da espécie staphylococcus, além de coliformes fecais, em amostras de queijo. As empresas vendem os produtos, de forma clandestina, em diversas cidades gaúchas, principalmente na região Metropolitana, Vale dos Sinos e Litoral Norte.
Há ainda a suspeita de que as empresas tenham sonegado R$ 2 milhões em ICMS. Conforme apuraram as investigações, duas delas possuem somente o selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), podendo apenas vender dentro do município de origem.
Radio Guaiba