Ex-jogador da NFL foi absolvido em 1995 de emblemático julgamento por homicídio
OJ Simpson, o jogador de futebol americano que se tornou estrela de cinema e cujo julgamento por duplo homicídio chocou e dividiu os Estados Unidos na década de 1990, é um homem completamente livre. Ele cumpriu seu período de liberdade condicional, confirmou a polícia nesta terça-feira.
Simpson, agora com 74 anos, foi libertado da prisão em Nevada em 2017, onde cumpriu nove anos por assalto a mão armada em um caso envolvendo artigos esportivos históricos. Ele estava programado para encerrar sua liberdade condicional em fevereiro. “O Conselho de Comissários de Liberdade Condicional de Nevada conduziu uma audiência de dispensa antecipada para o Sr. Simpson”, explicou o porta-voz da polícia de Nevada, Kim Yoko Smith.
Ele se tornou um sucesso de bilheteria com filmes e comerciais. Em 1994, milhões assistiram à perseguição de Simpson nas estradas do sul da Califórnia ao vivo pela televisão. Ele estava viajando a bordo de um Bronco branco dirigido por um amigo e seguido por um comboio da polícia, em uma suposta tentativa de fugir do suposto duplo assassinato de sua ex-mulher e um amigo dela.
Simpson foi absolvido em 1995 por um júri de Los Angeles, em um caso denunciado por muitos como um circo midiático que ficou conhecido como o “Julgamento do Século”, estrelado por advogados de alto perfil e com uma reviravolta dramática sobre se as luvas encontradas na cena do crime cabiam em suas mãos. O veredicto foi recebido com descrença por muitos norte-americanos, e a opinião sobre a culpa do atleta negro foi fortemente dividida em termos raciais.
Simpson foi considerado responsável pelas mortes em um processo civil de 1997 e condenado a pagar US$ 33,5 milhões em danos à família de Ron Goldman, que foi morto a facadas junto com a ex-mulher de Simpson, Nicole Brown Simpson. Simpson se declara inocente até hoje e sempre negou que tentou fugir durante a famosa caçada humana, apesar de ignorar o prazo dado pela polícia para se entregar.
O ex-jogador afirmou a um detetive da polícia de Los Angeles por telefone durante a perseguição em baixa velocidade para “avisar a todos que ele não estava fugindo”, e sim visitando o túmulo de Nicole. Uma mochila contendo o passaporte e dinheiro de Simpson, além de uma pistola, encontrada pela polícia no carro, levou muitos a questionar suas intenções, porém a promotoria nunca as apresentou como prova.
Mais tarde, Simpson escreveu um livro intitulado “Se eu tivesse feito”, que fornecia uma descrição hipotética dos assassinatos.
Correio do Povo