Presidente deu sua última coletiva antes de entregar o cargo a Donald Trump na sexta-feira
Presidente deu sua última coletiva antes de entregar o cargo a Donald Trump na sexta-feira | Foto: Nicholas Kamm / AFP / CP
*Com informações da Agência Brasil
O presidente americano, Barack Obama, disse nesta quarta-feira que é de interesse dos Estados Unidos ter laços construtivos com a Rússia, mas reconheceu que a relação retornou a um espírito de confronto com a volta de Vladimir Putin à Presidência. “Acho que é de interesse dos Estados Unidos e do mundo que tenhamos uma relação construtiva com a Rússia. Este tem sido o meu enfoque ao longo da minha Presidência”, disse Obama em sua última coletiva antes de entregar o cargo a Donald Trump, na sexta-feira.
Obama declarou que, nos oito anos de sua Presidência, pediu a Rússia que tivesse um papel “construtivo” no mundo e tentou colaborar com o Kremlin. Ele ressaltou que, após a volta de Putin à Presidência, em 2012, uma crescente “retórica antiamericana” e um “espírito confrontativo”, que evocava a Guerra Fria, “tornaram a relação mais difícil”. Em um momento delicado pela situação na Ucrânia e na Síria, Washington e Moscou aprofundaram sua desconfiança mútua após as acusações da Inteligência americana sobre a interferência russa na eleição presidencial.
Enquanto o governo em final de mandato e a comunidade de Inteligência se mantêm muito críticos em relação a Moscou, o próximo presidente dos EUA, Donald Trump, manifestou seu ceticismo quanto a essas acusações. Os Estados Unidos impuseram sanções econômicas a pessoas próximas a Putin, após a invasão russa à Crimeia, que ampliou recentemente após as revelações de ciberpirataria nas eleições.
Obama também criticou Putin por se negar a aprofundar os compromissos sobre a redução de armas nucleares (START). De qualquer modo, o democrata deu a Trump o benefício da dúvida de uma nova relação com Moscou. “Se o presidente eleito Trump conseguir reiniciar essas negociações de uma maneira séria, acho que resta muito espaço a ambos os países para reduzir nossos arsenais nucleares”, disse Obama.
Cuba
Obama comentou também sobre o fim da politica “pés secos, pés molhados” para imigrantes cubanos. “Essa política era um vício de uma antiga forma de pensar que não fazia sentido nestes dias e nesta era”, afirmou Obama, acrescentando que os dois países alcançaram “uma política (migratória) que penso que é justa e apropriada para a natureza mutante da relação” bilateral”.
Tempo para escrever
Sobre os seus planos para o futuro, Obama revelou que quer ficar parado um tempo, para se dedicar a escrever e “para passar um tempo precioso com minhas meninas, essas são minhas prioridades este ano”, falou.
Ele aproveitou a oportunidade para alertar os jornalistas sobre possíveis mudanças políticas durante o governo Trump. Sem mencionar detalhes, ele disse que se referia a certos momentos em que os valores fundamentais da política “podem estar em jogo”.
Correio do Povo