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O STJD acaba de matar o futebol brasileiro

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Gazetapress
Abraçar: um crime pior que a morte

Acabou. Oficialmente acabou. O futebol acaba de morrer hoje, por volta das 17h30min, horário de Brasília. O STJD, ao punir o Grêmio com o mando de campo da final da Copa do Brasil, ergueu a faca do justiçamento estúpido e apunhalou o peito do nosso já moribundo esporte, oficializando sua morte, que tardava a chegar.

A punição vem pela “invasão” de Carol Portaluppi, filha do técnico Renato, ao final da segunda partida contra o Cruzeiro pela semifinal da competição. Carol, que acompanhava o final do jogo do túnel misto, fora levada por um segurança até a casamata, onde ficou sentada por poucos segundos, pois logo após o árbitro assinalou o final da partida.

Não satisfeita em fazer tal ato de extrema violência, Carol desferiu um apertado abraço em seu pai, localizado a três metros da menina, parabenizando-o com muita agressividade. Essa terrível ação de afeto, que nada interferiu no andamento da partida ou nos atos porteriores da mesma, levaram o Grêmio a perder o mando da final da Copa do Brasil em seu estádio.

Que tipo de tribunal é esse? É o tribunal que pune o Grêmio, clube, instituição, por atos de racismo proferidos por uma torcedora, individual, pessoa física, com CPF, a qual o Grêmio, como clube, em seu monitoramento, entregou sua identidade às autoridades e desligou a mesma de seu Quadro Social.

Getty Images
Francisco Neto, o Chico Colorado, era o quarto árbitro do jogo

É o mesmo tribunal que, em outro caso de racismo, aplica uma multa simbólica no clube que sequer identificou os agressores, como o caso na Vila Capanema. Este mesmo tribunal, em jogos em que a violência é gratuita e mortes ocorrem, aplica penas brandas, porque morte é banal demais para punir. Abraços é que são problemas a serem tratados.

É o tribunal que, em 2008, em um jogo comum de Campeonato Brasileiro, suspendeu quatro atletas do Grêmio por lances banais de jogo. Tendo atletas que, sem cometer faltas, receberam punições de até oito partidas. O STJD vê lado, vê cor e vê oportunismo. É um tribunal parcial, que trata clubes de formas diferentes e casos iguais de formas distintas. O STJD é o maior lixo do nosso podre esporte.

Há de se dizer, para fazer justiça, que a denúncia contra o Grêmio partiu do quarto árbitro da partida, que relatou “não ter tempo” de pedir para que Carol Portaluppi saísse de campo, pois o jogo acabou imediatamente. O árbitro é Francisco Neto, conhecido popularmente como Chico Colorado, famoso por seu fanatismo cego por seu clube, mesmo em uma profissão em que o mínimo que se pede é profissionalismo e bom senso.

Nosso futebol já estava no leito de morte, esperando para que desligassem os aparelhos e ele se fosse de uma vez por todas, sem chance de retorno, para o mundo do além. Para o STJD, não bastou puxar o fio da tomada, ele tinha que esfaquear o moribundo com tons de crueldade.

O futebol brasileiro acabou.