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“O Papel de um Peão Farroupilha” – Leonardo Pinheiro

 

Falar de Peão Farroupilha e não remeter ao passado histórico do tradicionalismo é algo impossível. No governo de Getúlio Vargas, onde os gaúchos queimaram as bandeiras em praça pública e foram proibidos de fazer qualquer tipo de manifestação cultural, a cultura do Rio Grande do Sul ficou totalmente enfraquecida e estava sendo trocada por outras, principalmente a estadunidense.

Um jovem estudante secundarista do colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, ao chegar a um bar e ver a bandeira do Rio Grande do Sul sendo usada como cortina e a cultura enfraquecida, teve a brilhante ideia de criar o Departamento Tradicionalista Gaúcho (DTG) do Colégio Júlio de Castilhos. No dia 5 de setembro de 1947, Paixão Côrtes e mais sete jovens acompanharam a pilchados e cavalo o cortejo dos restos mortais do General Farroupilha David Canabarro, e no dia 7 retiraram uma centelha do fogo da Pira da Pátria, para unir os gaúchos e realizar a primeira ronda gaúcha, que foi o embrião do tradicionalismo. Este é um exemplo de um grande Peão Farroupilha, que tomou a iniciativa de resgatar nossa cultura, a qual transformou-se no nosso amado e tão prestigiado Movimento Tradicionalista Gaúcho.

No ano de 1988, por ocasião da 27ª Convenção Tradicionalista do MTG realizada em Caxias do Sul, foi instituído o “Concurso Troféu Farroupilha”, que teve a sua primeira edição no ano seguinte, 1989, em Cachoeira do Sul. O “Concurso Troféu Farroupilha”, atualmente demoninado como Entrevero Cultural de Peões, tem o intuído de valorizar principalmente o homem do campo e a figura autêntica do homem gaúcho. Este entrevero acontece todos os anos no mês de abril, na cidade do atual Peão Farroupilha do Rio Grande do Sul, com o intuito de valorizar a cultura local e que o tradicionalismo possa ser levado a todos os cantos do nosso amado Rio Grande. São provas artísticas e campeiras que nos fazem lembrar o quanto nossos antepassados lutaram para defender esta terra. Assim estudamos a fundo sobre nossa história, nossa formação social e também tudo aqui que estabelece a nossa cultura.

No ano de 2003, o Movimento Tradicionalista Gaúcho começou a escolher um tema para ser trabalhado durante os Festejos Farroupilhas, e o primeiro escolhido foi “Peão Farroupilha: o herói anônimo”. Muitos foram os peões que lutaram em busca de um ideal, igualdade, liberdade e humanidade, e hoje não são lembrados pela história. Muitos anônimos ou esquecidos, que muito contribuíram moldando a ferro e sangue a nossa identidade.

Hoje o papel que nós, peões farroupilhas, buscamos desempenhar dentro do Movimento Tradicionalista Gaúcho não é muito diferente. Afinal, todos lutamos pela mesma causa, pelo mesmo ideal: o amor às tradições e a perpetuação da cultura sul rio-grandense.

Concluímos que o MTG é capaz de formar personalidades capazes de fazer toda a diferença para a sociedade a qual estamos alocados, e entre diversas personalidades está um Peão Farroupilha, quando, através dos projetos, podemos trabalhar com outras pessoas que não fazem parte deste meio, mas que podem fazer a sua própria diferença, e a capacidade de transformar o mundo com boas ações e valores que aprendemos no tradicionalismo.

Eu, há anos, sou um Peão Farroupilha. E dentre as inúmeras escolhas que fiz em minha vida, acredito que nenhuma é capas de suprir o amor que tenho pelas tradições. De trabalhar ativamente e voluntariamente por um movimento que valoriza as novas gerações, e vê o quanto é importante ter um jovem a frente deste movimento, um jovem com o espirito de liderança, capaz ajudar a formar novas gerações diferenciada para a sociedade.

Mas engana-se quem acha que um Peão Farroupilha é formado por crachás ou títulos conquistados. Um peão faz-se pelo seu simples trabalho, pelo “sim” ao tradicionalismo, pelas ações e campanhas de solidariedade, pela perseverança, pelo gosto da cultura e principalmente pela humildade ou simplicidade.

Um Peão Farroupilha é um verdadeiro soldado da tradição, que integra este exército do movimento, que lutam diariamente por uma sociedade melhor, para que este movimento possa se perpetuar por mais 50 anos.

“Se vai ao futuro, com gana guerreira; Da gesta altaneira, gaúcha vertente; Rio Grande que segue nesta peonada; que rica moçada, orgulho da gente”! “Bendito gaúcho, senhor dos arreios; O tino campeiro que não perde a trilha; bendita estampa que faz da querência; A pura essência de um Peão Farroupilha”!

Leonardo Pinheiro