Chorar faz o nó da garganta descer, mas não te traz pra mim, também não me leva ao nosso amor juvenil, ardente e inquieto.
Posso dizer que ao deixar o calor das lágrimas tomarem conta do meu rosto, teu abraço me envolve; essa temperatura é similar à quando fazia menção de chegar perto com tanto carinho, porque sua intensidade devorava e alimentava qualquer vulnerabilidade.
Através das boas memórias que me restaram, eu dou largos sorrisos com meneios de cabeça, na tentativa de dizer como me considero boba e ingênua, apagando e negando o que existe de você dentro de mim.
Porque é isso que a saudade faz, ela anula todas as falhas que tivemos, enaltece as pequenas coisas que fizemos um pelo outro, tornando-as gigantes, como o amor, que um dia surgiu, inevitavelmente nos compassos de uma dança.
Júlia Scherer