General Eduardo Pazuello foi convidado para assumir o cargo
Teich chegou ao posto a partir de um desejo do presidente Jair Bolsonaro em modificar a ideia de isolamento social propagada pelo antecessor, Luiz Henrique Mandetta. O que se esperava era uma mudança drástica do discurso vindo da pasta. No entanto, não foi isso que aconteceu. Teich, inclusive, não defendeu o uso irrestrito da cloroquina, remédio citado por Bolsonaro como uma possível solução para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Nesta sexta, o presidente disse que irá alterar o protocolo para aplicação do medicamento em casos de Covid-19.
Um episódio que marcou o descompasso entre o presidente e o ministro foi quando Jair Bolsonaro decidiu publicar um decreto liberando academias e salões de beleza, tratando as atividades como essenciais. A medida ocorreu no final da tarde dessa terça-feira, justamente durante a coletiva de Teich sobre a pandemia. O ministro foi pego de surpresa pela decisão quando questionado por um jornalista e negou que tenha participado da elaboração do decreto.
Exigência da cloroquina
Ainda nessa quinta-feira, o próprio Bolsonaro, ao falar da exigência do uso de cloroquina, negou que Teich seria demitido. “Estou exigindo a questão da cloroquina agora também. Se o Conselho Federal de Medicina decidiu que pode usar cloroquina desde os primeiros sintomas, por que o governo federal via ministro da Saúde vai dizer que é só em caso grave? Eu sou comandante, presidente da República, para decidir, para chegar para qualquer ministro e falar o que está acontecendo. E a regra é essa, o norte é esse”, disse Bolsonaro.
“Tá tudo bem com o ministro da Saúde. Tá tudo sem problema nenhum com ele. Acredito no trabalho dele. Mas essa questão, vamos resolver. Não pode um protocolo de 31 de março, quando estava o ministro da Saúde anterior (Luiz Henrique Mandetta) dizendo que era só em caso grave… a gente não pode mudar protocolo agora? Pode mudar e vai mudar”, afirmou ao negar qualquer processo de “fritura” de Teich. A saída do ministro, no entanto, acabou se confirmando nesta sexta.
Pazuello ou Terra
De acordo com fontes, o secretário executivo da pasta, general Eduardo Pazuello, foi convidado para substituir Teich. Ele assumirá a Pasta interinamente. O ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra também é cotado, mas depende da resposta de Pazuello ao convite.