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Nasa confirma descoberta de 1.284 novos planetas fora do Sistema Solar

Nove desses objetos estão na chamada “zona habitável” ao redor de suas estrelas

             Foto: W. Stenzel / Nasa / Divulgação CP
Com base em dados obtidos pelo Telescópio Espacial Kepler, a Nasa anunciou nesta terça-feira, a confirmação da existência de 1.284 novos exoplanetas, planetas situados fora do Sistema Solar. Segundo a Nasa: de uma só vez o número de exoplanetas descobertos pelo Kepler mais que dobrou. O achado foi possível graças a uma nova técnica estatística desenvolvida para analisar os dados obtidos pelo telescópio.
“O anúncio mais que dobra o número de planetas confirmados descobertos pelo Kepler. Isso nos dá a esperança de que em algum lugar lá fora, em torno de uma estrela parecida com o nosso Sol, nós possamos eventualmente descobrir outra Terra”, disse Ellen Stofan, a cientista-chefe da Nasa.
O diretor da Divisão de Astrofísica da Nasa, Paul Hertz, salientou os avanços possíveis a partir do estudo destes dados. “Antes do Kepler, nós não sabíamos se os exoplanetas eram comuns ou raros na galáxia. Graças ao Kepler e à comunidade de pesquisa, agora sabemos que pode haver mais planetas que estrelas. Esse conhecimento delineia as missões futuras que serão necessárias para nos levar mais perto do que nunca de descobrir se estamos sozinhos no Universo”, comentou.
De acordo com a Nasa, a análise que resultou na descoberta dos novos exoplanetas foi feita a partir de um catálogo de 4302 “candidatos a planeta”, isto é, potenciais planetas cujos sinais haviam sido captados pelo Kepler, mas cuja existência ainda não havia sido confirmada. Segundo a nova análise, dos 4.302 potenciais exoplanetas, 1.284 foram confirmados, por apresentarem uma chance maior que 99% de serem de fato planetas. Outros 1327 candidatos não atingiram esse percentual, mas ainda poderão ser analisados em novos estudos.
Do conjunto de novos planetas validados, cerca de 550 podem ser planetas rochosos como a Terra – o que é possível concluir com base no tamanho deles. Nove desses planetas rochosos têm órbitas na chamada zona habitável de suas estrelas. A zona habitável é caracterizada quando a distância entre um planeta e sua estrela é a ideal para que a superfície planetária tenha temperaturas que permitam a existência de água líquida – uma condição necessária para a existência de vida como conhecemos. Com os nove novos planetas, agora são conhecidos no total 21 exoplanetas na zona habitável.
O Kepler utiliza o método de trânsito para capturar os sinais dos planetas. Ao observar uma estrela distante, o telescópio detecta minúsculas reduções em seu brilho, caso exista um planeta em trânsito – isto é, passando diante da estrela. Mas, como os exoplanetas não são de fato visualizados, os sinais são inicialmente catalogados como os de “candidatos a planeta”. Desde a descoberta dos primeiros planetas fora do sistema solar, há mais de 20 anos, os cientistas têm sido obrigados a realizar um trabalhoso processo de análise dos candidatos, estudando-os um a um antes de confirmá-los como planetas. O novo método de análise estatística, no entanto, pode ser aplicado simultaneamente a diversos candidatos a planeta.
Os novos planetas foram descobertos pelo Kepler entre 2009 e 2013, quando o telescópio observava cerca de 150 mil estrelas em um pequeno quadrante do céu entre as constelações de Cisne e Lira, buscando sinais de trânsito de planetas.
Correio do Povo