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Museu de História Natural de NY não sediará mais evento que homenageia Bolsonaro

Presidente brasileiro será homenageado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, que havia feito a reserva do local previamente

| Foto: Alan Santos / Palácio do Planalto / CP

Assessor do presidente para assuntos internacionais e o deputado estadual Eduardo Bolsonaro comentaram a declaração de De Blasio

O Museu Americano de História Natural de Nova York anunciou na tarde desta segunda-feira, que não irá mais sediar o evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos que homenageia o presidente Jair Bolsonaro. “Com respeito mútuo pelo trabalho e pelos objetivos de nossas organizações individuais, concordamos que o museu não é o local ideal para o jantar de gala da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Este evento tradicional irá acontecer em outro local, na data e hora originais”, anunciou o museu pela conta no Twitter.

American Museum of Natural History

@AMNH

With mutual respect for the work & goals of our individual organizations, we jointly agreed that the Museum is not the optimal location for the Brazilian-Am. Chamber of Commerce gala dinner. This traditional event will go forward at another location on the original date & time.

No domingo, o museu já tinha dedicado publicações em português para ressaltar que Bolsonaro não foi convidado pelo museu para receber o prêmio, mas sim convidado como “parte de um evento externo”. A Câmara de Comércio escolheu Bolsonaro como “personalidade do ano”, em prêmio que é tradicionalmente entregue durante um jantar de gala realizado dentro do museu.
American Museum of Natural History

(1/3) O Museu que agradecer às pessoas que expressaram sua opinião sobre o evento da Câmara de Comércio Brasil-EUA. Entendemos e compartilhamos sua preocupação.
American Museum of Natural History

@AMNH

(2/3) Também queremos deixar claro que o Museu não convidou o Presidente Bolsonaro; ele foi convidado como parte de um evento externo.

Desde a semana passada, o museu tem sido alvo de críticas pela homenagem ao brasileiro, principalmente por posições sobre políticas para o meio ambiente. O Museu de História Natural de NY já havia informado que iria avaliar as providências possíveis para o caso. Na sexta-feira, o prefeito de Nova Iorque, Bill de Blasio, pediu que uma homenagem a Bolsonaro no Museu de História Natural do EUA, prevista para 14 de maio, fosse cancelada. “Bolsonaro não é perigoso somente por causa de seu racismo e homofobia evidentes”, afirmou De Blasio na sexta, durante entrevista à emissora de rádio WNYC. “Infelizmente, ele também é a pessoa com maior poder de impacto sobre o que se passará na Amazônia daqui para a frente.”

O assessor do presidente para assuntos internacionais, Filipe Martins, e o deputado estadual e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), comentaram a declaração de De Blasio, de que Bolsonaro é um “ser humano perigoso”.

“Surpresa seria uma toupeira dessas o elogiar”, escreveu Filipe Martins no Twitter. “Não há surpresa alguma em ver Bill de Blasio – um sujeito que colaborou com a revolução sandinista, que considera a URSS um exemplo a ser seguido e que faz comícios no monumento dedicado a Gramsci no Bronx – criticando o PR Bolsonaro.”

Filipe G. Martins@filgmartin
Eduardo Bolsonaro
Paulo Eduardo Martins@PauloMartins10

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse que o presidente Bolsonaro é um “ser humano perigoso”, “notoriamente racista e homofóbico”, que está destruindo a floresta amazônica.

É a prova que “o idiota” não habita somente a América Latina. “O idiota” está por toda parte.

A premiação é concedida há 49 anos e tem objetivo de reconhecer sempre dois líderes, um brasileiro e um americano, que trabalham pela aproximação e relação entre os dois países. No ano passado, o brasileiro homenageado foi o atual ministro da Justiça, Sérgio Moro. O americano que receberá a homenagem este ano é o secretário de Estado, Mike Pompeo.
Correio do Povo