Ela sofria de Mal de Parkison e morreu em decorrência de uma pneumonia.
Com mais de 80 anos de carreira no teatro e na TV, Eva recebeu diagnóstico de Mal de Parkinson há alguns anos e vivia reclusa em sua casa, na Zona Sul do Rio. Seu último trabalho na TV foi na novela “Salve Jorge”, de 2012.
Eva estava em internação domiciliar (home care) desde o dia 9 de setembro deste ano. Antes, a atriz havia sido internada na Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio. Ela era viúva e não tinha filhos.
Carreira
Antes de ganhar as TVs do país, Eva Fódor Nolding brilhou no teatro nos anos 1930, quando começou a fazer sucesso no teatro. Nessa época adotou Todor, uma versão aportuguesada de seu sobrenome.
A atriz estreou no cinema na década de 60, em “Os Dois Ladrões”, de Carlos Manga, quando atuou ao lado de Oscarito. No ano seguinte, foi contratada pela TV Tupi.
Ao longo da carreira, Eva Todor chegou a fazer papéis dramáticos, mas brilhou mesmo nas comédias, gênero no qual se consagrou. Ela estreou na TV Globo em 1977, na novela Locomotivas, de Cassiano Gabus Mendes.
A partir daí, o nome de Eva Todor passou a ser uma constante na teledramaturgia. Ela fez Coração Alado (1980), Sétimo Sentido (1982), O Outro (1987), Top Model (1989), Brava Gente, Malhação (1995), Hilda Furacão (1998), O Cravo e a Rosa (2000), Sob Nova Direção, A Diarista (2004), América (2005), Casos e Acasos (2008), Caminho das Índias (2009) e Salve Jorge (2012).
Em depoimento ao site Memória Globo, a atriz fez um balanço extremamente positivo da própria carreira:
“Posso ser vaidosa? Pretensiosa? Avalio minha carreira brilhante: longa, sem tropeços, sem desastre, contínua, respeitada, com prestígio aqui e além-mar”, disse.
“Estive três vezes com a minha companhia, por conta própria, na Europa. Uma vez eu fiz uma temporada em Lisboa de 11 meses. Levei minha companhia para a África. Tudo o que eu tenho, conquistei com teatro e ajudada pela televisão. Viajei há pouco tempo para a Argentina, e fui numa casa de tango. Quando entrei, recebi uma salva de palmas – só tinha brasileiro”, continuou.
“Minha vida foi tranquila, limpa, muito transparente em todos os sentidos. Peço licença para ser pretensiosa, mas podem verificar, podem pesquisar, e vão saber que estou falando a verdade”, destacou Eva.
Da Hungria para o Brasil
Eva era húngara e nasceu em 9 de novembro de 1919. Sua mãe era designer de moda e seu pai era comerciante de tecidos finos. Todos eram muito ligados em arte e, por isso, matricularam a menina, ainda com 4 anos, na Ópera Real da Hungria, onde ela aprendeu a dançar balé clássico.
A família imigrou para o Brasil, fugindo das dificuldades pelas quais passava a Europa pós-guerra. Aqui, Eva continuou as aulas de balé e aos 9 anos já havia se apresentado em espetáculo de dança solo, acompanhada de um pianista, no Teatro Municipal de São Paulo.