Titular da pasta do Meio Ambiente criticou COP25, evento da Organização das Nações Unidas sobre alterações climáticas.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, lamentou neste domingo a falta de acordo em torno da regulamentação do mercado global de créditos de carbono durante COP25. O evento é a Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas. Em seu Twitter, Salles afirmou que o encontro “não deu em nada” e prevaleceu o “protecionismo” de alguns países. “Prevaleceu infelizmente uma visão protecionista de fechamento do mercado e o Brasil e outros países que poderiam fornecer créditos de carbono em razão das suas florestas e boas práticas ambientais saíram perdendo. Ainda assim, o Brasil segue firme no seu trabalho de atrair recursos para o Brasil e para os brasileiros”, disse.
A ausência de acordo em torno de uma proposta de regulamentação foi um dos principais gargalos da conferência. Na tentativa de se chegar a um denominador comum em torno do texto, a COP25 acabou se estendendo pelo final de semana. A discussão envolvendo os créditos de carbono foi adiada para o próximo ano. O Brasil pleiteava usar esse mercado para receber recursos, especialmente de países que mais geram emissão de gases estufa.
Na sexta-feira, o secretário Geral da ONU, António Guterres, divulgou um vídeo pedindo mais ambição aos representantes dos Estados-membros nas metas de redução de emissão de gases poluentes. Aprovado em 2015, o Acordo de Paris estipula uma série de medidas para os países reduzirem gases do efeito estufa a partir de 2020. O objetivo é conter o aquecimento global abaixo de 2 ºC, preferencialmente em 1,5 ºC até 2030. Ao assinar o acordo, o Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 43% até 2030 sem necessidade de ajuda externa.