Presidente esteve com Anderson Torres no dia em que disse a Milton Ribeiro ter “pressentimento” sobre operação da PF
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, usou as redes sociais neste domingo para se defender das especulações que o apontam como a peça central do possível vazamento de informações da operação da Polícia Federal (PF) que prendeu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
Ribeiro foi preso na Operação Acesso Pago, da Polícia Federal, que apura tráfico de influência de pastores e corrupção para a liberação de recursos públicos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), vinculado ao MEC (Ministério da Educação). O ex-ministro é suspeito de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
De acordo com as investigações, o esquema consistia na indicação, pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, de prefeituras que deveriam receber verbas do ministério. Em troca, a suspeita é que os religiosos tenham cobrado propina para influenciar as decisões tomadas em Brasília. A Polícia Federal reúne documentos, registros de entrada e saída da sede da pasta e depoimentos de testemunhas.
Na gravação, ele diz que as prioridades dele são “atender primeiro os municípios que mais precisam” e “atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”.
“Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão de Gilmar. Apoio. Então o apoio que a gente pede não é segredo, isso pode ser [inaudível] é apoio sobre construção das igrejas”, disse o então ministro da Educação.
Dias depois, ele voltou atrás, alegou que não houve influência do chefe do Executivo no caso e afirmou que o envio dos recursos da pasta aos estados e municípios era feito com base em critérios técnicos.
Correio do Povo