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Meu pai e sua trajetória de vida.. Por Graziela Corso



Meu pai e sua trajetória de vida..

Em primeiro lugar eu agradeço a Deus que possibilitou a oportunidade de poder encontrar meu pai Flávio Fernando Corso. E aos amigos que incentivam a percorrer essa batalha! O meu pai era um sujeito boa pinta quando jovem, era jogador de futebol com grande possibilidade de jogar no Grêmio. Porém, indo ao quartel… Começou a se desvirtuar, começando pelo álcool e o “baseadinho”, logo em seguida meus pais engravidaram, era a Graziela Corso, no caso eu hoje, com trinta e três anos. Meu pai era agressivo quando bebia e não era só esse vício, e o das drogas tinha também o vício da jogatina. Então, começou a vender seus pertences e de minha mãe escondidos. Ali, começaram a se desatender, logo após casados e o nascimento do bebê. Minha mãe não aguentou tudo isso, se separam. 

Após a separação, ele começou a usar cocaína, partiu para o crack e injetáveis. Vendeu seu patrimônio. Foi morar no morro, aonde é o foco do tráfico de drogas de minha cidade Natal. Roubou. Foi preso, lembro vagamente que ia visitá-lo na prisão, e chorava e dizia que tinham que tirá-lo de lá, eu tinha uns cinco anos. 

Saiu da prisão. Continuou nessa vida, não conseguia parar, falou que achava que ele era o “cara” usando drogas, mas hoje ele percebe que perdeu tudo, inclusive família. O seu maior vilão e a bebida alcoólica, sendo porta de entrada para outros vícios como sabemos. 

Teve um episódio que ele tentou me sequestrar quando pequena, outro episódio de que quando eu era criança que ele me levou numa boca de fumo para comprar drogas, como eu imaginaria que seria, quando cresci falei para minha mãe, quando passamos pelo local. “Mãe eu já vim aqui com meu pai nesse lugar”, ae minha mãe relatou do que se tratava. Eu frequentava cascatas com meu pai, lembro que ele deixava as garrafas embaixo da água para gelar. 

Aos passar alguns anos… Eu cresci. Comecei a ter vergonha dele e de seus fiascos que ele fazia na cidade. Também, tinha medo! Não tinha reação quando ele chegava até mim. Eu lembro que eu dizia: – converse comigo quando não estiver bêbado. Ele era doente pelo PDT, até hoje, quando fui visitá-lo na clínica, perguntou do Nicola! Ele é um homem de bom coração, porém se perdeu no mundo das drogas. É isso é uma doença e deve ser tratada e com apoio da família e coragem da pessoa. 

Logo após alguns anos, eu comecei a usar drogas. E hoje parei! Com apoio familiar, sinto nojo desse mundo e por ter adquirido uma doença afetividade! Quando parei de usar, eu amadureci muito e cresci como pessoa. E tenho a missão de ajudar outras pessoas, inclusive meu pai. 

Lá na clínica de reabilitação quando fui visitá-lo.. Achei um pouco precária a clínica, faltava medicações, difícil acesso, acho que não passaram repasse financeiro à clínica a meses, por isso essa situação. 

Encontrei ele. Estava magro, abatido, com dentaduras.. Mas.. Sabem aquele sorriso sincero, ele tem, fiquei tão feliz de poder observar e sentir com o coração daonde eu vim. Conversamos bastante, sobre álcool e drogas, contém minhas experiências e ele também. Fomos nos entendendo. Contei a ele que fui visitar a mãe dele… Ele ficou tão feliz! Elogiei a recepção e a comida típica italiana da minha avó, uma delicia. Enfim, o primeiro contato foi um pouco corrido, porque era uma visita e tem horário. Mas daqui para frente, fica mais fácil, já que tenho contato telefônico agora da família. Quero agradecer imensamente a minha tia, por ter proporcionando esse reencontro. 

Agora foco, força e fé! 

Que Deus segure nas mãos da gente para que possamos com alegria e coragem prosseguir esse novo olhar e o caminhar para o bem, sempre! Amém.